Brasil corredor

Viajar de carro tem seus perrengues. Estradas ruins, radares sorrateiros, cansaço, dificuldade de alimentação, entre outros… mas tem um detalhe bacana que faz tudo valer muito a pena: a observação. Saindo do Rio de Janeiro até Recife, passamos por todo o tipo de cidade. Observamos os relevos característicos de cada região, todos os tipos de brasileiros e uma coisa em comum: a corrida.

Se em algum outro momento houve a percepção que o esporte era prevalente nas grandes cidades, isso não é mais a nossa realidade. Seja em Salvador ou em Ituberá, uma pequena cidade também no estado da Bahia, com um povo muito simpático, não faltam corredores. E o mais bacana foi perceber que as informações estão bastante difundidas. Hoje em dia, é raro ver praticantes com tênis e roupas inadequados. Cada um com seu estilo, mas a grande maioria fazendo tudo direitinho.

Hidratação? Tudo certo! Vi desde mochilas a garrafinhas de plástico nas mãos ou enfiadas em tops ou cintas. GPS? Pouquíssimos nas cidades menores, onde o clima aparenta ser bem mais lúdico. Também é comum ver crianças acompanhando os mais velhos, cheias de sorrisos. Beira de estrada, estrada de terra, trilha, praia reta, praia de tombo, em todo o lugar tem alguém batendo o ponto!

Para mim, a grande lição foi perceber que, morando numa cidade grande e com – muito – excesso de informação, é comum transformarmos um simples treino num evento complicadíssimo, com um check-list de mais de 15 itens, entre equipamento, hidratação, tempo, planilha, pré e pós, chega! Parece que vivemos numa eterna tentativa de emular os profissionais… e esquecemos do prazer. Por menos tralha e mais prazer. Experimente!