28 sentimentos que só os corredores vão entender

A estranha sensação de orgulho quando você perde uma unha enquanto treina para uma prova.

A sensação, que às vezes aparece muito cedo em um longão, de que você está correndo há muito tempo e que correrá para sempre. Você se sente fisicamente incapaz de apertar o pace. E não pode fazer nada além de suportar isso, afinal, não há esperança de melhorar.

O efeito motivacional de competir com algum elemento externo (e geralmente não-vivo). Como um Ford Fiesta. Ah não, ele está se aproximando? Vou acelerar para não ser alcançado.

O momento exato, que geralmente ocorre entre os quilômetros 1 e 3, quando seu cérebro se afasta da obsessão e da preocupação. E, finalmente, você entra em uma espécie de torpor sem conseguir pensar em nada.

Quando você repentinamente percebe no meio do caminho que esqueceu algo importante, como trancar a porta de casa.

A sensação de auto-congratulação e alegria de passar alguém na trilha, não importa quem. Sim, você acabou de mostrar àquele garoto de 11 anos na bicicleta quem manda.

Você olha para o relógio e percebe que seu ritmo acelerou substancialmente. Você fica empolgado: você está voando e não é tão difícil assim! Mas, de repente, um ciclista passa por você sem pedalar. E aí você percebe que não ganhou um novo superpoder, está apenas descendo com a inclinação do terreno.

Aquele alívio misturado com prazer ao calçar um par de tênis novos.

Quando você fica tão empolgado com a música dos seus fones de ouvido que inconscientemente abre a boca para cantar, mas para na hora certa.

A súbita percepção de que sua roupa íntima entrou em um lugar que não deveria, mas não há lugar para ajustá-la por quilômetros.

A emoção de saber que daqui a um quilômetro você come seu gel de carboidrato.

Quando você lembra de uma certa prova, onde as condições climáticas eram perfeitas e você se sentia ótimo. Grandes tempos aqueles.

Quando você termina o longão e pega o telefone. De repente, percebe que o GPS nunca esteve sincronizado esse tempo todo e agora seus dados estão errados.

Quando você termina o longão e pega o telefone. De repente, percebe que esqueceu de apertar o “Iniciar” do relógio.

Quando você atinge 70% do seu programa de treinamento da temporada, fica mal-humorado e cansado o tempo todo. Então, decide que é melhor ir passar um tempo nas Maldivas para poupar seus entes queridos.

Quando uma subida se aproxima, você provavelmente a enxerga três vezes maior do que ela realmente é, como em um desenho animado.

Quando você atinge o meio do seu percurso e pode virar.

Esse sentimento é causado por pequenas coisas, como o brilho cintilante do relógio ou o marco que você sempre passa quando está quase terminando o treino.

Quando você entra no chuveiro depois de uma longa corrida e percebe quão isso é delicioso.

A alegria que se segue depois que você bate um recorde pessoal muito difícil de alcançar.

Carregar o relógio, desenterrar meias limpas, encaixar seus pacotes de gel muito grandes no bolso muito pequeno da mochila. É quando todo o processo de se preparar para uma prova o deixa tão irritado que dá vontade de desistir.

Quando você está fazendo o que parece ser seu esforço normal, mas de alguma forma, seu corpo está se movendo mais devagar do que você pensava ser humanamente possível.

A sensação de alegria inesperada quando o relógio informa que você correu o último quilômetro muito mais rápido do que imaginava.

Quando, ao longo de uma corrida, você passa por crises de extremo excesso de confiança (isso é tão fácil, vou bater meu RP) e extremo desespero (vou parar agora, acho que estou perto de um ponto de ônibus).

Quando você pisa em uma poça de água durante o quilômetro três de uma corrida de 21K.

Quando você está doente, lesionado ou de alguma forma fica de fora de uma prova que queria muito fazer. Você fica com um ciúme fora do comum de quem completou o percurso e começa a stalkear todo mundo que participou.

A mistura de sentimentos  que você experimenta ao esperar que a prova finalmente comece. Excitação, esperança, nervosismo, a vontade desesperadora de fazer xixi mesmo que você tenha acabado de fazer — tudo faz parte da montanha russa.

Crianças torcendo, cachorros no meio do percurso, pessoas trocando cumprimentos com você. Essas coisas nos atingem intensamente, e nos motivam a continuar. Até escorre uma lágrima ou outra de vez em quando (ou sempre!).