Agora sim!

Essa última semana foi engraçada. A gente passa tanto tempo falando de treinos, provas, suplementos, metas, recordes e tudo mais que acaba esquecendo os verdadeiros motivos de treinar e competir. O que é bom de verdade. Saindo de lesão, você é forçado a voltar no tempo e buscar o que é simples para te reconduzir à boa forma.

Quando não é possível nem fazer a série básica de musculação a que estamos acostumados. Quando a calça começa a apertar e o cinto muda o buraquinho. Quando aquela escada tranquila vira uma montanha. Quando calçar o tênis traz mais dúvidas que certezas e recompensas é por que é hora de resetar tudo!

Como falei por aqui na quarta passada, o que é mais importante para nós corredores? Cada um tem sua resposta e estão aí as enquetes mostrando um sem número de variáveis. Eu? Tenho uma percepção muito clara do que é relevante. Busco a glória, mas não aquela consagrada aos vencedores óbvios. Sou mais Winterfell que King’s Landing; minha tribo é a dos que querem a felicidade de se olhar no espelho, real ou imaginário, e se sentir bem.

Sem apologia barata, mas o lance é procurarmos ser melhores a cada dia, não apenas como atletas, mas como seres humanos. Para mim, esse é um dos grandes baratos da corrida. Metáfora de todos os pequenos e grandes eventos cotidianos, poder praticá-la é um sinal de que estou numa boa com o mundo. E vice-versa. Nunca serei top, não ganharei medalha diferenciada numa Golden Four, nem serei elite a, b, c ou z. Ao menos nessa encarnação. Um bom pangaré sabe seus limites e, se não se intimida a desafiá-los, ao menos não cria ilusões. Mas eu não desisto. … Isso, não senhor!