A pílula vermelha

Corredor tem que comer direito. Ponto. Sabemos que para levar uma rotina de atleta, nosso organismo precisa dos mais variados tipos de alimentos. A gente vai no nutricionista e tome de suplementos, tudo para complementar nossa alimentação e, supostamente, compensar pela falta desse ou daquele nutriente. Mas com tanta informação, como saber se estamos no caminho certo?! É tanta gente com blog, instagram, matérias em revistas, jornais, sites de corrida e de nutrição que às vezes ficamos perdidos, mas nesse final de semana, achei um bom mapa para me orientar.

No livro “Em defesa da comida – um manifesto”, o jornalista americano Michael Pollan nos apresenta ao lado oculto de toda esta história, ou seja, a verdadeira indústria alimentícia. É um choque. O texto nos faz repensar as mínimas atitudes alimentares do nosso cotidiano e nos provoca a buscar a “história dos nossos alimentos”. De onde vieram, como foram cultivados ou criados, etc. Usaram pesticida? Muda tudo. E os animais, de que se alimentavam? Em resumo, para quem viu o filme “Matrix”, um dos meus preferidos, é a pílula vermelha. Acabou a festa.

O autor prega que busquemos as raízes. Uma das frases emblemáticas do livro é “não coma nada que sua bisavó não reconhecesse como comida”. O racional é que o excesso de processamento de todo o tipo de alimento tem causado mudanças terríveis em nossa dieta, cada vez mais artificial. Correr atrás de uma alimentação mais leve, orgânica, em que saibamos a origem de tudo faz toda a diferença.

Ele diz também ser necessário abandonarmos o culto maior aos nutrientes para voltar nossos olhos ao que é realmente alimento. Que tal deixar os suplementos de lado? O whey seria assim tão sagrado? E o BCAA? Falo apenas de dois “amigos queridos” de muitos corredores, mas na verdade, quantos mais usamos diariamente? Não tem milagre. Quanto mais próximo da forma encontrada na natureza, melhor para nossa saúde. Essa é uma proposta que, embora simples, é tão radical e após ler o livro, suas idas ao supermercado passarão a ser muito diferentes. Muda o olhar, muda o foco. Vocês já repararam todos os ingredientes de um simples e “inocente” pão de forma integral? Se você faz em casa, só vai usar farinha, água, fermento e sal. Bizarro.

Basicamente, devemos buscar o simples. Comer mais orgânicos. Menos carne e mais vegetais. Comer menos, no geral e buscar 80% de saciedade em nossas refeições. Que possamos nos envolver ativamente em todas as etapas do processo alimentar. Leiam o livro, corredores. Faz todo o sentido. E uma vida melhor para todos nós!