87,8 km de pura emoção

Minha experiência na Comrades Marathon desse ano foi um misto de alegria e tristeza. Alegria por fazer parte da “rainha das maratonas”, em solo africano e fazendo o que todo ultramaratonista gosta de fazer: correr muito. Mas também foi muito triste pois perdi um amigo que cursou comigo a Academia Militar das Agulhas Negras, entre os anos 1989 e 1992, o Tenente Coronel Cândido.

Após perder o “Passarinho” (como era chamado meu querido amigo), viajei muito sentido para a África com o intuito de homenageá-lo nessa longa corrida. Corri os 87,8km com a bandeira brasileira distendida e pude ver o quanto somos queridos mundo afora. Do meu lado estavam corredores com bandeiras do Canadá, Alemanha, Estados Unidos e Inglaterra. Porém, quando eu desfraldava o nosso pavilhão, o público – que se distribuía por todos os 87km – gritava e me saudava de uma forma espetacular, fazendo muita festa.

Debutei nessa prova maravilhosa, justamente no ano em que o percurso foi subida (Durban até Pietermaritzburg) e consegui completar no tempo de 8h40min36, o que me deixou muito feliz! Corri os mais de 87km pelo meu amigo e por sua família. No final de prova, lágrimas rolavam no meu rosto e, na chegada, veio o grito: “Essa foi para você, Passarinho, meu amigo!”