Enfim, meio-maratonista!

Se você me dissesse há dois anos que eu correria 1 km eu não acreditaria. Se você me disesse que eu correria uma meia-maratona, eu provavelmente riria histericamente. O amor pela corrida veio depois da minha primeira prova e que foi crescendo com outras corridas, desafios, conquistas e treinos.

Eu não tinha planejado fazer nenhuma prova de longa distância esse ano, na minha cabeça eu não estava preparada, nem tinha experiência suficiente para isso. Mas como planos são feitos para serem mudados, uma amiga muito querida, a Ju, me fez mudar de idéia.

Depois de meses de treino e uma disciplina que eu achei que eu não tinha, chegou a grande semana. Todos me perguntavam se era naquele final de semana. Eu sentia medo, confiança, surpresa, desespero, felicidade, queria desistir, queria que chegasse o dia, queria tudo.

No dia da prova, eu acordei antes de pensar em dormir e ficava repassando na cabeça as instruções da treinadora. Chegando na arena, o clima de expectativa entre os atletas era tamanho que o friozinho na barriga aumentou. Eu queria gritar que eram os meus primeiros 21km, só pra constar que aquilo de fato estava acontecendo.

O percurso eu fiz junto com a minha amiga e, a cada km, eu me sentia melhor e mais confiante. Fiz a prova para terminar e terminar bem. Fui rindo a prova inteira, bati palma com a música “Happy” no Km 12 junto com o Dj e incentivei todos os amigos que encontrei pelo caminho. Cada bandeirinha de km que passava eu só conseguia pensar: “Eu já cheguei até aqui e eu vou terminar”.

A prova ficou difícil no Km 18, quando eu já sentia muita dor no pé, por conta de bolhas, e uma sede que estava me matando. Já nos últimos 400 metros eu não aguentei e comecei a comemorar, a felicidade era tanta de ver a chegada que eu queria dividir com todo mundo aquilo. Nos últimos 150m dei um sprint e, ao cruzar o pórtico, eu não aguentei e gritei. Gritei de alívio, de felicidade, de superação, de incredulidade que aquilo tinha acontecido. E minha amiga falando: “Você é uma meia-maratonista”.

A percepção de que tinha completado a prova só veio no dia seguinte, com a medalha pendurada na parede, com as fotos e as inúmeras mensagens de parabéns. Eu tinha dor, mas acho que a felicidade e orgulho eram muito maiores. E o amor pela corrida? Esse só aumentou com a quilometragem!