Fortaleça-se já!

Quer melhorar seu tempo e evitar lesões? Inclua um trabalho de força sério em sua rotinas

Ao longo de meus 22 anos orientando corredores amadores, conheci muitos atletas que se preocupam em demasia com a quilometragem semanal – ou seja, se irão “rodar” mais que a semana ou o ano anterior, como se esse fosse o fator mais relevante e fundamental para a evolução esportiva. Só que não é assim. Há outros fatores que vão muito além do treino no asfalto para melhorar a performance, por exemplo o fortalecimento.

A questão que poucos percebem é que a corrida é uma sucessão de saltos. Em cada passada, um corredor adulto mediano exerce uma carga em sua musculatura que pode chegar a duas vezes o peso do corpo, sobrecarregando articulações. Isso sem contar os quilos a mais que boa parte dos amadores carregam, pelo menos no início de sua trajetória no esporte. Só um trabalho de força sério e bem executado fará com que consigamos correr usando menos energia e evitando lesões.

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Antigamente, lá pelo início dos anos 1990, quando comecei a treinar amadores, muitos corredores nunca tinham pisado em salas de musculação, e outros tantos faziam apenas séries de resistência (de 15 a 20 repetições com pouco peso) – afinal, muita gente, incluindo treinadores, frisavam que a corrida de longa distância (a partir de 10 km) era uma atividade de resistência e não de força. Esse conceito caiu por terra junto a muitos outros que habitavam as colunas e teses de professores naquela época.

Os treinos de força para corredores já vêm sendo estudados e recomendados por vários cientistas há pelo menos uma década. Para levarmos nosso corpo para frente e para cima a cada ciclo de passada, precisamos ser fortes, com boa capacidade de potência e resistência. Somente um trabalho de fortalecimento, realizado pelo menos duas vezes por semana, pode te ajudar nisso.

Há muito já deixou de existir a ideia de que a musculação tradicional serve apenas para quem busca ficar “grande” por meio da hipertrofia. Os aparelhos de musculação têm a praticidade de atualmente serem encontrados não só em academias como em prédios residenciais e muitas empresas. Já os treinos funcionais envolvem séries que usam o próprio peso do corpo em exercícios que propiciam o ganho de força, além de trabalhos de propriocepção, equilíbrio e potência. São mais divertidos e trazem um resultado bem positivo.

Uma nova tendência em fortalecimento é o Cross-Fit, formado por movimentos derivados do chamado LPO (levantamento de peso olímpico), muito usado por atletas profissionais e amadores de alto nível. Porém não é recomendado para iniciantes, pois requer certa preparação de base, além de não ser indicado para praticantes com histórico de lesões crônicas.

Seja lá qual for sua opção, o mais importante é compreender a importância essencial de fortalecer o corpo para a corrida. Além do próprio ganho de força em si, esse tipo de trabalho leva a uma melhor eficiência na corrida, define o corpo, diminui o risco de lesões e contribui para a perda de peso. Minha última recomendação: procure sempre um educador físico para orientar seus treinos.

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