Correndo atrás do prejuízo

Ser mulher é uma loucura. Sem perceber, estamos eternamente avaliando o resultado dos nossos treinos nas diferentes partes do nosso corpo. É só pensar no exemplo da corrida – com pouco tempo de treino, a gordura já começa a ir embora. Mas logo nos preocupamos com outra questão: os glúteos, músculos tão difíceis de se preservar.

O que acontece é que, quando emagrecemos, aparece tudo que estava escondido atrás daquela camada de gordura. E muitas vezes os glúteos diminuem mesmo de tamanho. O primeiro passo é entender que seu corpo só revelou uma situação preexistente, e o segundo é correr atrás do prejuízo.

Sim, literalmente correr, já que a corrida também é capaz de dar volume e firmeza aos glúteos. E o grande macete para fortalecer a região é prestar atenção à postura durante os treinos: para ativar os glúteos e posteriores de coxa, é importante aprender a correr de forma eficiente.

Diferentemente da caminhada, que é um movimento em equilíbrio, a corrida é um movimento em desequilíbrio, ou seja, o ângulo do seu corpo em relação ao piso precisa ser menor que 90 graus. Fique nas pontas dos pés e deixe seu corpo cair para frente como se você fosse uma tábua rígida. A hora que você perde o equilíbrio é o momento de dar a sua primeira passada. Esse será o eixo básico do seu movimento.

Desse modo, você vai perceber que o apoio principal da sua passada será feito pela parte dianteira dos pés, e que a última parte a tocar o chão serão os calcanhares, que praticamente não serão acionados como ponto de apoio do corpo e muito menos envolvidos na propulsão do movimento. Quem “empurrará” o chão será toda a cadeia muscular posterior das suas pernas. Mas atenção: para que isso aconteça de fato, é importante que você, a cada passada, busque uma extensão completa da perna de apoio antes de iniciar a próxima passada.

O movimento exige um compromisso muito maior de sua musculatura porque a propulsão tem efeito similar ao de uma mola, que se contrai e libera a força acumulada, empurrando o corpo para a próxima passada. Quanto menor o tempo de contato dos pés com o solo, maior a potência de retorno dessa “mola” e mais fortes ficarão seus glúteos e panturrilhas. A ordem é empurrar o chão, sem zerar a propulsão do movimento.

Uma boa dica para melhorar o padrão motor da sua corrida é incluir treinos na escada. A pliometria – forma de exercício que trabalha a capacidade de contração muscular rápida e explosiva, similar à que usamos para correr – aprimora seu padrão motor e ativa a musculatura dos seus glúteos, tonificando e trazendo firmeza. Esse trabalho paralelo ajudará você a tirar o máximo da corrida e do seu corpo!