Depois da maratona, vem…

Fim de férias, volta ao batente, medalha pendurada e como fica a cabeça do corredor? Não é fácil retomar os treinos e isso é fato. E quanto a próxima meta? Quando você lembra de todo o treino para a maratona e tudo o que o envolveu, chega a dar preguiça pensar em algo remotamente sério novamente. Bem, pelo menos no meu caso é o que acontece. Não foi diferente em 2011 e nem mesmo em 2012, mesmo que a maratona não tenha sido realizada, pois afinal, o treino eu cumpri. Mas existem alguns caminhos que podem ajudar a desenrolar o novelo mental. Vamos a eles?

Dezembro a fevereiro, na minha equipe e em outras, é época de base. Poucas provas importantes neste período de muito calor por aqui e de inverno rigoroso no hemisfério norte. Hora de se preparar para o novo ano. O difícil para quem já passou 3 ou 4 meses no sufoco é manter a disciplina. Mas vale perseverar porque eu sei que vou colher depois. Remédio: engolir o choro e cair dentro em pelo menos 3 dos quatro treinos semanais.

Uma outra coisa que ajuda a motivar são novas metas, com foco em 2016. Pode ser buscar algum recorde pessoal, participar de uma prova pela primeira vez, perder peso, reduzir potencial de gordura: você é quem manda! No meu caso, já decidi: nada de exagerar em competições. Uma prova grande para focar no segundo semestre (maratona ou meia, depende do sorteio de Berlim), a Meia do Rio em maio e mesclar alguns 10 km com provas de trilha.

Para chegar lá, tem que ter estratégia. Avaliar o que deu certo e errado nos anos anteriores e tentar corrigir. Sofri muito com problemas respiratórios no primeiro semestre de 2015 e não tive consistência no segundo, além de não conseguir controlar meu peso e percentual de gordura. Estou montando meu calendário, colocando algumas mini-metas intermediárias e acima de tudo, tentando ser o mais realista possível.

O melhor dos mundos seria finalmente fazer uma meia para 1:49 e, no segundo semestre, uma maratona sub-4. Dá para fazer? Dá, se tudo der certo. Hoje sei que, em 2015, faltou humildade para enxergar a real dificuldade desses dois desafios. Bem, pelo menos eu agora sei o que NÃO posso repetir. E é assim que vamos levando, buscando evolução, mas de uma forma consciente. Pangaré não vira puro-sangue de uma hora pra outra. E na corrida, o nome do jogo é consistência. Grandes saltos, simplesmente, não existem no curto prazo. Calma, filho. Mas vai que você chega lá.