Elisabete Pacheco

Por Petra Monteiro

CORRER FOI um incentivo para eu parar de fumar. Fumei por 20 anos, dos 14 aos 34. Hoje tenho dois filhos. Em cada gravidez dei um tempo no cigarro, mas, quando acabava o período de amamentação, voltava. Com 35 anos, acabei “trocando um vício pelo outro”: como o cigarro diminuía minha resistência para os treinos, fiquei só com a corrida.

SOU REPÓRTER há quase 20 anos e sempre cobri a São Silvestre. Na semana da prova de 2013, divulguei o longa-metragem da Lina Chamie sobre a São Silvestre no programa GloboNews Em Pauta. Meu colega, Sergio Aguiar, sabia que eu estava correndo. De supresa, ele me desafiou ao vivo a correr a prova no ano seguinte. Fiquei com medo, mas topei.

TREINEI UM ANO para concluir o desafio. Aproveitei para fazer uma longa reportagem e, tudo o que ia descobrindo, compartilhava. No começo não conseguia correr muito e tive que procurar um médico, o doutor Marcus Prada. Vinte dias antes da prova, minha

coluna “travou” e ele me ajudou muito. Ele e a treinadora Claudia Lima foram meus anjos da guarda; ela até correu comigo na prova.

FOI MUITO EMOCIONANTE. Na São Silvestre tem muita gente incentivando durante todo o percurso. Chorei algumas vezes. Achei a avenida Rio Branco pesada. Já a Brigadeiro Luís Antônio eu não achei um bicho de sete cabeças. Todo mundo já estava em clima de “já cheguei”, “consegui!”.

GOSTO MUITO de treinar na rua. Moro a 5 km do parque Ibirapuera, então no final de semana vou correndo até lá, faço uma volta pelo parque e retorno. Faço fortalecimento e condicionamento físico em um estúdio perto de casa.

MINHA ROTINA é bem cheia. Três vezes por semana participo do GloboNews Em Pauta. Nos outros dias gravo reportagens externas. Há também a escala de plantão. Acho que foi essa rotina que fez eu me dar bem com a corrida!

TREINO CEDO, porque trabalho a partir das 13h00. Corro três vezes por semana: duas na esteira – de 6 a 8 km de intervalado – e uma na rua, onde faço pelo menos 15 km.

AMEI FAZER a Meia Maratona Internacional do Rio. A prova foi linda. Hoje em dia penso em ficar nas meias, mas, parar de correr, jamais! Cinco, 10, 15, 21, 42… Não importa o quanto se corre ou o tempo que se faz. O que importa é calçar um tênis e fazer parte. É inspirador. Comece! Vira vício.