Ano novo, você novo

Não importa sua meta em 2017, nós temos o caminho certeiro para você chegar lá!

Foto: Jonne Roriz.

Por Kelly Bastone

É natural que o começo de um novo ano desperte em nós o desejo de mudança. E para melhor, claro. Mas pense em uma coisa: você não tenta reservar uma passagem de avião sem antes identificar seu aeroporto de embarque, certo? Mesmo assim, muitos corredores fazem resoluções na virada sem levar em conta o ponto de partida, ou seja, seu atual estágio de condicionamento. “Isso acontece porque vivemos em uma cultura em que todos querem ser notados, querem ser os melhores”, diz a psicóloga do esporte norte-americana Christine Selby.

Muitos de nós, ao vermos no Instagram os dados de treino de outras pessoas, suas refeições saudáveis e conquistas em provas, pensamos que deveríamos estar correndo tanto quanto, comendo da mesma forma e obtendo os mesmos resultados. Usamos os outros para traçar objetivos em vez de confiar em nossa motivação interna, e muitas vezes terminamos frustrados e até lesionados.

É por isso que você precisa fazer um balanço do corredor que você é hoje – não o que você era antes de ter filhos, começar a faculdade ou ganhar alguns quilos – e então traçar uma meta realista para o seu “eu atual”. Isso também torna a corrida mais divertida, diz o fisiologista do exercício e treinador Greg McMillan. “Ao ser honesto consigo mesmo, você se dá a chance de aproveitar mais suas corridas”, ele afirma. Em vez de falhar em objetivos inatingíveis, você estará conquistando os desafios certos. Tudo começa com os autotestes dos links abaixo:

Meta: comer melhor
Meta: terminar a primeira maratona
Meta: correr sua primeira prova de 5 ou 10 km
Meta: perder peso
Meta: acelerar em uma meia maratona ou maratona

Foto: Jonne Roriz.
Inspire-se!

Mais magra, forte e saudável
Giulianna Pansera conta como a corrida e os treinos de força mudaram sua vida

A primeira experiência com a corrida foi sofrida. Ela não era exatamente uma sedentária, mas nunca havia percorrido cem metros correndo e, por impulso, fez uma prova de 5 km em 2014. “Foi um desastre, penei muito. Achei que jamais voltaria a correr novamente”, conta a médica Giulianna Pansera, de 31 anos, mãe de Gabriel, de 3 anos e 6 meses.

Mas, em agosto de 2015, veio o convite da Asics para correr a W21K dali a dois meses. “Eu tinha apenas 11 semanas e procurei um treinador, pois não sabia por onde começar. Mas, por incrível que pareça, tive uma boa prova porque fui bem tranquila e segui à risca a planilha”, conta. Depois dessa vieram mais cinco meias maratonas e um recorde pessoal de 1h55. Hoje ela já pensa em performance, e sua meta é correr abaixo de 1h50.

Aliados aos treinos de corrida, Giuli faz trabalhos de força e equilíbrio. “São fundamentais para evitar lesões. Cheguei a ficar dois meses só correndo e acabei com problemas nos joelhos. Assim que retomei os treinos paralelos, as dores pararam”, conta. Ela afirma que hoje tem mais disciplina e comprometimento com o exercício e usa a corrida como uma terapia, um momento para colocar as ideias em dia. “Como estou sempre em busca de novos desafios, as provas me ajudam a evoluir. A corrida me mostrou que eu consigo chegar onde quero, só é preciso treino e paciência.”

Giuli afirma que está muito satisfeita com seu corpo – ela perdeu medidas em 2016 e ficou mais forte – e também com seu estado geral de saúde. Tem mais pique para as atividades diárias (inclusive brincar com o Gabriel), dorme bem, está menos ansiosa e vendendo saúde. “O mais bacana é que consegui afinar o corpo sem grandes restrições na dieta, apenas com uma alimentação nutritiva, que me satisfaz, e algumas mudanças de mentalidade”, diz. Confira a seguir três dicas da médica para manter o corpo em forma:

NÃO COMER PARA COMPENSAR OS TREINOS

“Eu vejo que muita gente que começa a correr na verdade ganha peso. E isso acontece porque, quando começamos a praticar uma atividade, temos mais fome. E muita gente pensa: ‘Estou correndo, posso comer’. E acaba exagerando na dose e muitas vezes se recompensando com sanduíche duplo, milk-shake, pizza e outros itens hipercalóricos. Mesmo com um alto volume de treino, é preciso cuidar da dieta.”

PROCURAR A ORIENTAÇÃO DE UM NUTRICIONISTA

“Além de nos ajudar com o balanço energético dieta x treino, esse profissional deixa nosso cardápio mais nutritivo e gostoso. Por exemplo, devemos comer carboidrato, mas não qualquer um nem a todo momento. Tem o horário certo para você consumir carboidrato, proteína, fibras. E tudo isso pode ser orientado por um nutricionista esportivo de acordo com o seu volume de treino e objetivos.”

DESCANSO É PARTE DA PLANILHA

“Se você não dorme bem e não tem o devido descanso, isso interfere na sua produção hormonal e dificulta a recuperação da musculatura, o que atrapalha o seu rendimento e a evolução dos seus treinos. Além do sono reparador, é importante ter descanso da corrida. Eu corro dia sim, dia não, intercalando com treinos de força. E um dia da semana eu reservo para descanso total quando meu corpo pede.”

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