Terminamos o post anterior com a questão: Por que devemos correr com 180 passos por minuto? Na verdade, 180 é um número desejável médio. Quanto maior a frequência de passadas, melhor. Se você conseguir 190 mantendo um bom padrão de movimento, tanto melhor.
Mas qual a importância disso? A ideia do maior número de passos é diminuir o TEMPO de fase aérea. O tempo que você passa sem nenhum dos pés no chão (não o tamanho do passo).
Leia mais:
+ Cadência de corrida – Parte I
+ Para onde você olha quando está correndo?
Mas por que isso é bom? Por que não é possível tirar os dois pés do chão sem que você esteja ou subindo ou descendo. A gravidade não perdoa, ela puxa você para baixo todo tempo. Se você tirou os dois pés do chão, imediatamente começa a cair. Sabendo que vai ficar muito tempo voando, inconscientemente você se lança para cima para ter tempo do corpo subir e descer até que o outro pé venha tocar o solo para te sustentar novamente.
Ou seja, quanto maior o tempo de voo, maior seu deslocamento vertical. Mas você irá subir e descer, quando, na verdade, o objetivo é ir pra frente. Isto gasta muita energia desnecessariamente. Aumentar a frequência de passadas irá permitir a você diminuir o deslocamento vertical e poupar energia.
Como dissemos no post anterior, desde que você mantenha boa sustentação e empurre o chão para trás adequadamente, aumentar a frequência de passadas fará com que você poupe energia.
O principal problema de se tentar aumentar artificialmente a frequência de passadas é o enrijecimento do movimento. Abordaremos isto na parte III.
Até lá. Cresce!
Cássio Siqueira é supervisor de fisioterapia do esporte do curso de fisioterapia da USP e fisioterapeuta da Care Club, onde trabalha com reeducação funcional de corredores. É formado em fisioterapia na USP, com especialização em fisioterapia no esporte e fisioterapia em neurologia, mestre e doutorando em ciências da reabilitação também pela USP.