Como viver mais (e melhor) de acordo com a ciência

Por Elizabeth Millard, da Runner's World US

Como viver mais e melhor
Foto: Shutterstock

Quando falamos como viver mais, você provavelmente pensa em algumas estratégias para combater as doenças crônicas. Como não fumar, limitar a ingestão de álcool, praticar atividades físicas, manter um peso saudável e comer bem.

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Embora esses hábitos saudáveis ​​pareçam óbvios, um novo estudo resolveu estudá-los mais afundo. Os pesquisadores não só analisaram os benefícios desses costumes na expectativa de vida das pessoas. Mas também examinaram o efeito que eles tinham na qualidade de vida das mesmas.

Como foi feito

Os cientistas coletaram dados de duas grandes pesquisas anteriores. A primeira foi a Nurses’ Health Study — que durou de 1980 até 2014, e teve mais de 73 mil participantes. A segunda foi a Health Professionals Follow-Up Study, com mais de 38 mil participantes entre 1986 e 2014.

Eles analisaram os indivíduos que tinham o histórico de nunca terem fumado, IMC normal (de 18,5 a 24,9), que realizavam atividade física com frequência por pelo menos meia hora, consumiam álcool moderadamente e possuíam boa alimentação. Esses foram considerados os cinco “fatores de estilo de vida de baixo risco”.

Resultados

De acordo com o principal autor do estudo, Frank Hu, os cinco fatores mencionados acima não só ajudam você a viver mais, como também melhor. Frank é professor e presidente do Departamento de Nutrição de Harvard.

“Os resultados não são particularmente surpreendentes porque nossos estudos anteriores mostraram que seguir um estilo de vida saudável pode reduzir o risco de doenças crônicas e prolongar a vida”, disse ele à Runner’s World US. “O interessante deste estudo é que a expectativa de vida estendida, por meio de modificações na dieta e nos hábitos, melhora a qualidade de vida também.”

Para as mulheres que não adotaram hábitos considerados saudáveis, a expectativa de vida livre de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer foi de 73 anos. Mas aquelas que se preocuparam em manter costumes saudáveis ficara livres desses problemas até os 84 anos.

Para os homens, a diferença foi menos significativa, mas ainda notável. Aqueles que não adotaram nenhum dos fatores mencionados anteriormente viveram até os 73 anos sem preocupações. Já os que se preocuparam com a saúde desde cedo se viram fortes e saudáveis até os 81.

Mas como viver mais?

No que diz respeito aos exercícios físicos, os principais órgãos de saúde recomendam que adultos façam de 150 a 300 minutos de atividades aeróbicas moderadas por semana. Ou então de 70 a 150 minutos de atividade intensa. Além disso, também é aconselhado que haja um treinamento de força dois ou mais dias na semana.

Quando se trata da dieta, as diretrizes alimentares dizem que os adultos devem comer 2,5 xícaras de legumes, 2 xícaras de frutas, 170 gramas de grãos, 3 xícaras de laticínios e 155 gramas de proteína a cada 2 mil calorias. Além disso, menos de 10% de suas calorias diárias devem provir de açúcares adicionados e gorduras saturadas. No que diz respeito ao consumo de álcool, as mulheres devem tomar apenas uma bebida por dia (uma latinha de cerveja ou uma taça de vinho) e os homens devem tomar apenas duas bebidas por dia.

A adesão a apenas dois ou três dos cinco fatores do estudo ampliou a expectativa de vida livre de câncer, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, mas os maiores ganhos foram observados com aqueles que adotaram todos os cinco.

“Esses resultados são muito importantes para o envelhecimento saudável”, disse Frank Hu. “As pessoas não querem apenas ter uma vida mais longa. Eles querem ter saúde e qualidade ao longo desses anos.”