Corridas e viagens: Belém

A capital paraense é um prato cheio de cores, sabores e aromas do Brasil

Foto: divulgação.

Por Gabriela Ingrid

Em 12 de janeiro desse ano, Belém (PA) comemorou 400 anos. São séculos de uma história rica, conturbada pela adesão tardia à proclamação da República e por muitos conflitos e mortes, como a tragédia do Brigue Palhaço, em 1823, e a revolta popular da Cabanagem, em 1835. A cidade tem inúmeras influências arquitetônicas trazidas da Europa – concentradas no Centro, as edificações históricas são fruto da conquista da foz do rio Amazonas e, posteriormente, da bonança proporcionada pelo Ciclo da Borracha. Só depois de 1840 é que se completou o processo que buscava construir uma identidade brasileira no Norte do Brasil.

Leia mais:
+ Guia de viagens: América do Sul
+ Viajar para correr ou correr para viajar?

Hoje Belém é considerada a porta de entrada para a cultura nortista e amazonense. Cheiros, cores e sons fazem da cidade um lugar sensorial. Mário de Andrade certa vez descreveu, em uma carta para Manuel Bandeira, uma visita à capital paraense: “Meu único ideal de agora em diante é passar uns meses morando no Grande Hotel de Belém. O direito de sentar naquela terraça em frente das mangueiras tapando o Teatro da Paz, sentar sem mais nada, chupitando um sorvete de cupuaçu, de açaí. (…) Belém eu desejo com dor, desejo como se deseja sexualmente, palavra. (…) Quero Belém como se quer um amor. É inconcebível o amor que Belém despertou em mim”.

O grande escritor está certo: difícil não se apaixonar por essa cidade. Lá você encontra o carimbó, tradicional ritmo paraense, a baía do Guajará, belas praias de água doce e o sotaque dos belenenses de pele dourada. Belém também é a terra do Círio de Nazaré – maior manifestação popular religiosa do país, que ocorre em outubro – e, por que não, de muitos corredores que treinam na companhia das tradicionais mangueiras. E também tomam muito açaí, cupuaçu e comem maniçoba e tucupi como se não houvesse amanhã. São tantas as belezas gastronômicas e culturais que quem vai não quer voltar!

1Estação das docas

Foto: Carlos Sodre

O passeio pelo antigo porto da cidade já vale pelo visual da orla, mas os armazéns de ferro transformados em centros de entretenimento tornaram a visita ainda mais especial. O complexo reúne teatro, centro de exposições, artesanato, sorveterias e restaurantes. Vale passar no restaurante Lá em Casa, um dos mais tradicionais da cidade. Nele, há dois menus completos: o corridinho, com receitas de pescados da região (filhote no tucupi e pirarucu fresco na chapa), e o menu paraense, com pratos típicos, como maniçoba e pato no tucupi.

Av. Boulevard Castilhos França, S/N

2Parque Estadual do Utinga

Foto: Agência Belém/Divulgação.

O parque é um pedaço da Amazônia a poucos quilômetros do centro de Belém. As árvores garantem as sombras de que os esportistas tanto precisam. Utilizada por corredores e ciclistas, a área também pode ser um ótimo espaço para aprender mais sobre a conservação do meio ambiente. Para quem gosta de ecoturismo, existem oito opções de trilhas com diferentes percursos, todas em contato direto com as diversas espécies da fauna e flora da região.

Av. João Paulo II, S/N

3Corrida do Círio

Foto: divulgação.

Integrada às festividades do Círio de Nazaré, é a maior prova da região Norte, atraindo mais de 5 mil inscritos, divididos entre a corrida de 10 km e a caminhada de 4,5 km. O percurso passa pelos principais pontos turísticos da cidade. Em outubro, o evento chegou à sua 33ª edição.

4Mercado Ver-o-Peso

Foto: divulgação.

A estrutura de ferro importada da Europa no século 19 funciona como uma imensa feira, reunindo os mais variados sabores e aromas do Estado. Do lado de dentro, os melhores pescados (pirarucus, dourados, traíras, tucunarés), e do lado de fora, centenas de barracas que vendem frutas regionais, raízes, temperos, ervas, óleos medicinais, artesanato e muita comida típica, como tacacá e maniçoba.

Av. Boulevard Castilhos França, 1040

5Point do Açaí

Maior produtor nacional de açaí, o Pará tem uma receita tradicional com a fruta, diferente das opções adocicadas consumidas no Sudeste. Lá, o caldo do açaí, engrossado com farinha de tapioca, é servido em versão salgada, como acompanhamento para peixes, camarão-seco e carnes. O Point serve açaí na tigela ou acompanhando a refeição.

pointdoacai.net

6Orla de Belém

Fotos : Renan Ribeiro/divulgação.

Após a revitalização da orla do rio Guamá, chamado de “Portal da Amazônia”, uma espécie de parque linear foi criado, tornando-se um novo ponto turístico para a cidade. Corredores treinam com frequência por ali, atraídos pela pista plana e a vista inspiradora do rio. O pôr do sol é imperdível, assim como uma parada nas barraquinhas e quiosques de comida típica.

7Museu Paraense Emilio Goeldi e Museu Zoobotânico

Foto: divulgação.

Localizado na região central, o centro de pesquisas é uma enorme área verde com exemplares da flora e da fauna amazônicas. Entre os animais, há onça-pintada, jacaré-açu, antas, macacos, cutias e lagartos – os dois últimos ficam soltos, circulando entre os visitantes. Na parte externa, as calçadas são usadas para corridas e caminhadas.

museu-goeldi.br

8Praça Dom Frei Caetano Brandão

A menos de dez minutos do mercado Ver-o-Peso, a praça é o ponto turístico mais conhecido da cidade. É lá onde estão o Museu de Arte Sacra (conjunto arquitetônico formado pela Igreja de São Francisco Xavier, de 1719, e pelo Colégio de Santo Alexandre), o Forte do Presépio (um dos marcos da fundação da cidade, expõe canhões  originais no pátio interno, com vista para o rio Guamá), a Casa das Onze Janelas (espaço cultural com exposições temporárias e um acervo com obras de artistas como Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi e Lasar Segall) e a Catedral da Sé (ponto de partida da procissão dominical do Círio de Nazaré, em outubro).

Rua Siqueira Mendes, S/N

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here