Levantar peso ajuda a perder gordura ao redor do coração

Por Elizabeth Millard, da Runner's World US

na imagem, um homem levanta peso em uma academia - Segundo pesquisa, musculação reduz gordura do coração
Foto: Shutterstock

À medida que as pessoas se exercitam, começam a comer de forma mais saudável e a perder alguns quilos. Mas além do seu abdômen, há outro tipo de redução importante – da gordura ao redor do coração.

Agora, um novo estudo publicado na JAMA Cardiology sugere que o treinamento de força pode ser uma das melhores maneiras de garantir isso.

Primeiro, uma revisão rápida sobre anatomia: você tem dois tipos principais de tecido adiposo cardíaco. O tecido adiposo epicárdico envolve o músculo cardíaco e as artérias coronárias. Enquanto o tecido adiposo pericárdico está fora do tecido epicárdico no coração.

Mesmo que eles estejam juntos, cada tipo de tecido tem propriedades diferentes. Por exemplo, o tipo epicárdico compartilha o suprimento de sangue com o coração. Pericárdio recebe o seu sangue de outros vasos sanguíneos.

Devido ao seu contato direto com o coração e o suprimento de sangue compartilhado, o tecido adiposo epicárdico tem sido consistentemente associado ao aumento do risco de doença cardiovascular. Sabe-se menos sobre os riscos associados à gordura pericárdica, uma vez que ela não tem contato direto com o coração. No entanto, especialistas acreditam que ela pode afetar a função coronariana e cardíaca de uma forma mais indireta. Mas provavelmente de maneira ainda significativa.

O que nos traz de volta ao novo estudo…

Pesquisadores na Dinamarca realizaram um ensaio clínico envolvendo 50 pessoas com obesidade abdominal para descobrir se treinos de alta intensidade e resistência poderiam afetar a gordura do coração – o tecido adiposo epicárdico e pericárdico

Os participantes foram separados em três grupos: Treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) três vezes por semana, treinamento de resistência/força três vezes por semana, ou nenhum exercício. O programa durou 12 semanas.

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Exercício diminui a gordura do coração?

Ambos os grupos que se exercitaram melhoraram seu VO2 max. No entanto, apenas o grupo de treinamento de resistência aumentou sua força. As pessoas dos grupos de alta intensidade e resistência também reduziram significativamente o tecido adiposo epicárdico em 32% e 24%, respectivamente.

Quanto à gordura pericárdica? O treinamento de alta intensidade não teve nenhum efeito sobre ele, mas o treinamento de resistência sim. Os participantes desse grupo viram uma redução de 32% nesse tipo de gordura no coração.

Embora os resultados pareçam bons, é muito cedo para transformar a pesquisa em diretrizes clínicas específicas, de acordo com o principal autor do estudo, Regitse Højgaard Christensen, do Copenhagen University Hospital, na Dinamarca.

Mas, ela acrescentou, o estudo é interessante. Isso porque ele fornece novas evidências de que diferentes tipos de exercícios podem afetar o tecido gorduroso cardíaco de várias maneiras. Mesmo quando não há mudanças na dieta.

“A redução de ambos os tipos de gordura do coração vista com o treinamento de resistência, mas não com o treinamento de resistência foi uma surpresa”, disse Christensen.

“Uma possível explicação é que o treinamento de resistência estimula mais massa muscular e aumento do metabolismo basal, ou o número de calorias necessárias para manter seu corpo funcionando em repouso”, observou ela. E mais músculo significa mais queima de calorias por um longo período depois de treinar. É possível que isso funcione como um tipo de queimador de gordura cardíaca.

A melhor estratégia, entretanto, seria combinar os dois em algum grau de forma consistente. Por um lado, o treinamento de alta intensidade mostrou aumento mais significativo na redução da gordura epicárdica. Porém, o treinamento de resistência, que diminuiu ambos os tipos de gordura, também aumentou a força dos participantes.

“A mensagem é que as pessoas devem ser motivadas a se envolver em qualquer tipo de exercício como medida preventiva. Já que o tecido adiposo cardíaco é um fator de risco cardiovascular”, disse Christensen.

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