Governo do Quênia decide dissolver comitê olímpico

Atitude foi tomada após atletas dormirem em uma favela no Rio de Janeiro

Nesta última quinta-feira (25), as autoridades do país africano decidiram colocar um fim no Comitê Olímpico Nacional do Quênia, após uma série de gafes cometidas pela entidade nas Olimpíadas do Rio.

O estopim aconteceu na quarta-feira (24), com o final do prazo permitido para os atletas permanecerem no alojamento da Vila Olímpica. Como o voo da equipe queniana só aconteceria nesta quinta, os atletas foram deslocados para outro local. E, por causa da má organização do comitê, a delegação foi parar em uma favela. Segundo o relado do maratonista Wesley Korir, era possível escutar tiros durante a madrugada. Korir postou em uma rede social fotos do local, relatando o drama vivido e a felicidade em deixar o lugar.

Mesmo com a melhor participação do país na história das Olimpíadas – ao todo ganharam treze medalhas, sendo seis de ouro – não foram poucos os problemas gerados pela má gestão do comitê. Durante a preparação dos jogos, escândalos vieram à tona envolvendo um esquema de doping e desvios de verba e material esportivo.

O anúncio de dissolução foi feito ontem por Hassan Wario, ministro dos Esportes do Quênia. Ele disse, durante uma coletiva de imprensa, ter transferido a responsabilidade de seus membros para a Sport Kenya, uma organização do governo fundada em 2013. Wario também afirmou que “as acusações ao Nock são uma ameaça imensa à estabilidade e reputação dos Jogos Olímpicos no país”. O secretário-geral da entidade, Francis Paul, não gostou da atitude do ministro e rebateu questionando o poder do governo queniano para dissolver o comitê olímpico.

Todas as medalhas do Quênia foram ganhas no atletismo, esporte onde os atletas quenianos sempre se destacam.