Óleo de coco é veneno puro, diz professor da Harvard

Entenda por que ele pode fazer mal à saúde

Créditos: Africa Studio/Shutterstock

“O óleo de coco é uma das piores coisas que você pode comer”, disse recentemente Karin Michels, da Universidade de Harvard.

Michels é epidemiologista da Escola de Saúde Pública da faculdade e criticou o movimento da supervalorização do produto. De acordo com o The Guardian, para ele, a substância é tão boa quanto “veneno puro”.

Mas, mesmo sendo tão taxativo em sua afirmação, ele não trouxe nada de novo em relação a uma já antiga polêmica no meio acadêmico.

Se, por um lado, especialistas e muitos leigos das redes sociais idolatram o óleo de coco, por outro, muitos nutricionistas vêm o produto com desdém.

Quem defende o óleo afirma que o tipo de gordura presente nele (TCM) é logo convertido em energia. E, além disso, não se acumula no corpo em forma de gordura e acelera o metabolismo.

Já uma outra linha de especialistas afirma que ele não acelera o metabolismo. Dessa forma, pode engordar se ingerido em excesso por ser altamente calórico.

Michels faz parte do segundo time e traz a já conhecida informação de que a alta proporção de gordura saturada da substância pode elevar os níveis do chamado colesterol LDL. E assim, o risco de doença cardiovascular.

Isso porque o óleo de coco contém mais de 80% de gordura saturada. Mais do que o dobro da quantidade encontrada na gordura do porco, e 60% a mais do que é encontrado na gordura da carne bovina.

Os comentários foram feitos recentemente em palestra intitulada “Óleo de coco e outros erros nutricionais”, na Universidade de Freiburg, na Alemanha.

Seu discurso já foi assistido quase um milhão de vezes no YouTube e vem contribuindo para aumentar o atual terrorismo nutricional já existente nas redes sociais.

Mas é proibido consumir óleo de coco?

Todo mundo sabe que ele é rico em gorduras saturadas e que, em excesso, elas podem aumentar nossos níveis de LDL (colesterol “ruim”). Mas estamos falando do excesso de consumo de algo. Por isso, comparar um alimento ao veneno pode ser uma irresponsabilidade.

“Nunca acho que um alimento é um veneno. E nenhum alimento é um milagre. Depende muito da dose e da pessoa que consome”, opina a nutricionista esportiva Livia Hasegawa.

E, apesar de ter uma gordura saturada, o óleo de coco é fonte rica de energia. Então, para quem está fazendo dieta e precisa de energia, mas não quer carboidrato, é uma boa opção.

Além disso, a substância ainda tem outro benefício: é antifúngico. Ajuda a combater candidíase, por exemplo.

“Só que na realidade, esses benefícios já surgem com doses pequenas. Você não precisa tomar muito. Então a questão é o excesso desse óleo, e como todo excesso de qualquer coisa no organismo pode causar algum problema”, explica Livia.

E é o que orienta a Fundação Britânica de Nutrição: “Como é rico em gorduras saturadas só deve ser incluído em pequenas quantidades. Além disso, tem que fazer parte de uma dieta saudável e equilibrada”.

A organização também reforçou que ainda não há evidências científicas fortes que corroborem os supostos benefícios do óleo do coco.

“O que sabemos é que a substituição de gorduras saturadas por gorduras insaturadas como a do azeite de oliva extra-virgem pode ser um meio eficaz de reduzir os níveis de colesterol LDL. Por isso, talvez, possa ser uma escolha mais saudável”, explicou a nutricionista Victoria Taylor, da Fundação.

 

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