Falta de higiene bucal pode comprometer a saúde do coração

A endocardite pode ser de causa inflamatória ou bacteriana, esta última costuma ser mais comum nos pacientes portadores de cardiopatias estruturais ou congênitas. Ambas podem comprometer as funções cardíacas, principalmente nas válvulas. A doença pode ser fatal, além de possibilitar outros malefícios como insuficiência cardíaca, AVC (acidente vascular cerebral), além do infarto.

A endocardite infecciosa costuma ser comum em crianças com algum tipo de cardiopatia congênita. Isso ocorre porque nas cardiopatias congênitas o sangue pode passar acelerado por válvulas ou orifícios presentes na parede que separa os ventrículos, predispondo o alojamento das bactérias nestas estruturas. O hemograma e ecocardiograma são exames capazes de detectar a doença.

"Alguns cuidados são necessários para pacientes com cardiopatia congênita ao realizar tratamentos odontológicos que oferecem sangramento. É preciso o uso de antibiótico profilático antes do procedimento dentário, conforme orientação do cardiologista", explica Simone Pedra, cardiologista Pediátrica e Fetal do HCor. Essa medida é necessária para prevenir que possíveis bactérias na boca circulem na corrente sanguínea e cheguem ao coração.

Se o paciente sentir dor torácica e notar que está com perda de peso, inapetência, sangue na urina, febre persistente e fraqueza, deverá consultar um médico. Estes costumam ser os sintomas mais comuns da endocardite.

O tratamento consiste na administração de antibiótico, via endovenosa, aplicada em ambiente hospitalar. Já os procedimentos cirúrgicos só são aplicados quando a válvula cardíaca está danificada. "É fundamental que se tenha uma higiene bucal rigorosa com o uso de fio dental, limpadores de língua e, ainda, anticéptico bucal para, assim, afastar as chances de endocardite. Por isso, deve-se ensinar as crianças com cardiopatia congênita a importância da higiene bucal", finaliza Simone.