Mister Simpatia

No último final de semana, a Adidas e a assessorial esportiva MPR (na figura do meu querido amigo Marcos Paulo), deram um presente a alguns corredores paulistanos e cariocas: a oportunidade de correr ao lado (mesmo que por apenas alguns segundos) do maior fundista de todos os tempos: Haile Gebrselassie. E nós, da imprensa, tivemos alguns minutos (cronometrados) com nosso maior ídolo. O colunista do site da Runner’s World, Claudio Pacheco, já contou um pouco dessa experiência única na segunda-feira (clique aqui).

Haile e sua marca registrada: o sorriso largo

Claudio ressaltou a simpatia e generosidade do Imperador. Pois eu definiria Haile em uma palavra: simplicidade. Talvez pureza, mas prefiro simplicidade. É de forma simples que ele define a corrida na sua vida. É algo orgânico, vital, natural como respirar. Um hábito que ele carrega desde os 7 anos de idade, e com o qual deve seguir até o final. Do jeito que ele fala, também parece simples correr em paces surreais como 3min/km em uma maratona. Ou percorrer 220 km semanais na fase de treino. Ele bateu 27 recordes mundiais, conquistou dois ouros olímpicos nos 10.000m, foi o primeiro a fazer 42 km abaixo de 2h04. Mas mais parece aquele seu amigo que corre um pouco melhor que você e quando alguém exalta seus tempos, ele abaixo os olhos, como quem diz “para com isso…”.

No seu pace "tranquilo", Haile derrubou a turma da assessoria da MPR

A seguir, você confere duas pequenas entrevistas que fizemos com ele. Eu tentei traçar um paralelo entre o Haile atleta de elite (da época do recorde mundial da maratona em Berlim: 2h03min59, em 2008) e o Haile aposentado em maio de 2015, mas que ainda respira corrida. A ideia foi comparar o longão de antes e o de hoje, assim como seu volume semanal de treino, seu pace “tranquilo”, seu prato preferido e até da leve engordadinha que deu: com seu 1,65m, já não pesa mais os alegados 56 kg da época em que estava no auge. Fiquei com a parte mais “light” do papo. Iberê Dias, nosso fiel colaborador, ficou com a parte mais casca, mais técnica. Ele dissecou os treinos do etíope da fase em que ele voava baixo, época dos 10.000 nos Jogos de Sidney. Espero que esses dois vídeos deixem transparecer um pouco do que Haile transborda: a alegria de viver.

*Meu agradecimento especial ao amigo José Eduardo Storopoli, que gentilmente se ofereceu para gravar as duas entrevistas.