Leão das Montanhas

Conheça Gilliard Pinheiro, um dos maiores nomes nacionais da corrida de montanha

Por Gabriela Ingrid

Nascido em Bombinhas (SC), Gilliard Pinheiro é pentacampeão do Indomit Bombinhas 42K, venceu a The North Face Endurance Challenge Ultra Trail Agulhas Negras, de 80 km, em 2015 e é considerado um dos maiores nomes nacionais da corrida de montanha.

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TROFÉU RECENTE

Eu treinei muito forte para a Endurance Challenge. Fiz a Kailash Trail Run, de 26 km, em abril, e muito tiro nos treinos. A segunda metade da Endurance era um estradão, e esses tiros me deram uma grande vantagem. Imprimi um ritmo forte a partir do Km 45. Não achei difícil; como estava bem treinado para o plano, foi perfeito para mim.

CONCORRÊNCIA NA FAMÍLIA

Comecei a correr em 1996. Meu irmão jogava futebol e tinha várias medalhas, enquanto eu não tinha nenhuma. Uma vez fui ao dentista e vi um cartaz de uma prova de corrida. Nem lembro qual foi, mas corri mesmo assim. Eu surfava muito na época, então corri de camiseta de algodão e bermuda de surf. Foi legal, fiquei em 11º lugar e em 1º na faixa etária. Ganhei medalha e troféu – fiz até inveja no meu irmão.

ESTREIA EM CASA

Corri durante 13 anos no asfalto até encarar minha primeira trilha. Já tinha corrido a Maratona Maratona do Rio de Janeiro, de São Paulo e de outros estados, mas não tinha feito nenhuma prova em Bombinhas. Quando vi que ia rolar a primeira Indomit, decidi participar. Ajudei a abrir a trilha e ganhei a prova cinco vezes, mas quando tentei bater o recorde, terminei em 5º.

EXTREMO

A prova mais difícil que já fiz foi o XTerra de Ilhabela, em 2014. Foi a minha primeira prova de 80 km, não levei comida, pois não tinha noção nenhuma do que era fazer uma ultra daquele tamanho – até então eu só tinha corrido 50 km em trilha. Pegava o farelinho da comida da galera para conseguir continuar correndo.

MAIOR VANTAGEM

Eu tenho muitos amigos graças à corrida. Até me arrepio ao falar. É inexplicável o nível de companheirismo que o esporte oferece. Eu também conheço muitos lugares por causa dela, já viajei bastante. Acho que a única coisa ruim é que a corrida não tem o reconhecimento que merece no Brasil.

FORA DAS PISTAS

Profissão
Eu sou pintor de parede e pesco quando tem safra da tainha em Bombinhas. Se eu for viver de corrida, estou ferrado. Ela não paga o meu salário, tenho três filhos para sustentar.

“O” prato
Por morar na praia e vir de uma família de pescadores, o que mais consumo é peixe. Meus pratos favoritos são peixe assado com pirão e lula recheada com arroz-branco.

Rotina
Faço meus treinos pela manhã, vou trabalhar, acompanho as crianças nas tarefas da escola e depois tem a segunda parte de treinos. À noite ligo a TV para ver o que está passando ou assistir ao futebol, que acompanho sempre.

Sonzeira
Para treinar, ouço uma playlist que tem de tudo, como Nirvana, O Rappa, Lenine, Zeca Baleiro, Bob Marley e Ben Harper.

Sem prancha
Surfei durante quatro anos, dos 12 aos 16. A partir dos 16, foquei somente em correr, mas ainda gosto bastante de nadar.

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