Speto

Depoimento a Petra Monteiro

Comecei a correr em um evento da Nike. Corri 3 km e foi algo como “ufa, consegui!”. Ali eu percebi que levava jeito para a coisa e comecei a treinar regularmente,com supervisão médica e treinador. Vicia mais que cigarro. Eu não fumo, mas posso apostar!

Não tenho uma rotina rígida, mas treino no mínimo três vezes por semana, sempre na rua. Não sei correr na esteira, acho muito estranho. Como ainda sou aprendiz, meus treinos têm de 5 a 7 km. Mas já tenho uma meta: completar uma meia maratona.

Adoro correr no parque Villa- Lobos. Nada como o cheiro da manhã e das árvores para começar o dia disposto e inspirado. Acabo sempre correndo sozinho porque quase nenhum amigo meu acorda tão cedo quanto eu: às 6h30 já estou no parque. Mas desde que comecei a correr, me sinto muito mais disposto.

Meu volume de treino varia bastante de acordo com meu trabalho. Se viajo para países onde o clima é inconstante, eu acabo trabalhando muito, passo de 8 a 12 horas por dia subindo e descendo escadas. Depois disso, o corpo não aguenta mais nenhum exercício. Se for para correr, é para a cama.

A minha profissão de muralista exige bastante do meu corpo. Quando eu pinto painéis muito grandes ou até prédios, preciso de muita resistência abdominal e no quadril. Pouca gente sabe, mas vários grafiteiros têm problemas sérios no quadril de tanto subir e descer escadas. A corrida me ajuda muito nisso, serve também como um treino de força.

Minha rotina é meio maluca. Há épocas que durmo muito pouco e passo calor, passo frio. Já pintei sob o sol escaldante do Qatar. Quando estou no ateliê, a coisa fica mais tranquila e equilibro tudo muito melhor. Mesmo na correria, tento manter o foco e estar sempre aprendendo algo novo e me desafiando.


Tem uma coisa na minha vida que liga todas as outras: música. Faço tudo na minha vida ouvindo música, sempre. Muitas vezes corro escutando canções que estou aprendendo a tocar, blues, rockabilly… Estou sempre atrás de novas descobertas para incluir na minha playlist