Ora, pois!

Oi, pessoal! Saudações do Pangaré! Fartlek? Explico. Recém-chegado de uma prova que completei apesar de uma lesão na cervical e uma sinusite que me deixou de molho quase um mês, pensei na alternância que está sempre presente em nossas vidas. Em janeiro, com a sensação térmica de 45 graus no Rio, eu estava com a faca nos dentes, super treinado, rumo ao meu tão sonhado 1:49 na Meia de Lisboa. Fevereiro e março não poderiam ser mais frustrantes. Uma hora a gente voa, na outra não consegue nem andar. Pois é, nossas histórias não são mesmo um grande fartlek? E tem mais: neste espaço vou contar numa semana um pouco sobre meu dia-a-dia e, na outra, passamos a novidades, fatos curiosos, novos treinamentos, equipamentos e demais curiosidades da corrida. Por isso o fartlek: vamos alternar altos e baixos, relatos pessoais e novidades do Brasil e do mundo.

E, já que eu falei em Lisboa, como foi? Bem, a expectativa para a prova era bem alta, principalmente pela promessa de percurso plano e temperatura agradável. A prova leva o selo ouro da Federação Internacional de Atletismo; logo, atende a diversos critérios que a colocam entre as melhores do mundo. Na prática, para quem é amador, isso não necessariamente contribui para um bom resultado, como falarei mais a frente.

Lisboa não é uma cidade-ostentação. Ela se descobre sorrateiramente, subindo e descendo suas ruas e se encantando com os largos, becos e os onipresentes bondes. Explorações gastronômicas também são uma delícia e o preço ajuda, diferente de várias outras capitais europeias. O bom ali é se perder. Uma caminhada pelos bairros do Chiado, Alto e Príncipe Real vai te levar por parques, praças, ladeiras e um sem números de tascas, cafés e restaurantes incríveis. Ah, sem esquecer das comprinhas, claro. E, em toda a cidade, muita história, inclusive contada pelos simpáticos e sempre solícitos Alfacinhas – apelido dado aos moradores da cidade. O Mosteiro dos Jerônimos e o Castelo de São Jorge são imperdíveis! Ah, e de lá, ainda dá para ir a várias outras cidades, inclusive Fátima, onde fica o famoso santuário. Bom para pedir uma forcinha antes da prova!

Resumo do Pangaré que vos escreve:

Expo: fraca, muito fraca. Um stand da Adidas, outro da Sport Zone, loja portuguesa e vários pequenininhos. Em menos de 30 minutos não tinha mais nada para ver.

Kit: a velha bolsa-saco, uma camisa preta que dividiu opiniões e os folhetos de sempre. O número veio com o chip no verso mas sem os furinhos para fixação. Aliás, no primeiro dia, quando fui buscar o kit, nem alfinete tinha – o que foi corrigido no dia seguinte.

Largada: 10:30, o que seria bom se o tempo estivesse frio. Na segunda metade da prova, o sol abriu e uma reta interminável se tornou um suplício. Não havia separação por ritmo. Resultado: os primeiros quilômetros na ponte 25 de abril foram marcados por muito zigue-zague.

Hidratação: primeiro ponto um pouco antes dos 5K. Depois, de 3 em 3, bem colocados. Água em garrafinhas e isotônico. Em um dos pontos tinha gel e na reta final, laranjas e bananas. Hein? Isso mesmo. Imaginem as cascas pelo caminho!

Percurso: pequena subida no início da ponte, descida para o outro lado e, a partir daí, praticamente plano. Algumas bandas no caminho tentavam animar um trajeto meio sem graça mas, essencialmente, a parte mais bonita é, de fato, a vista do alto da quase réplica da famosa Golden Gate de São Francisco. O final, em Belém, foi confuso. Um funil de pessoas que me fez demorar uns 20 minutos para chegar até a entrega de medalhas e lanche.

Transporte: para a largada, tranquilo. A maior parte das pessoas foi de trem. Como tinha transfer, fui de ônibus com a equipe. Sair da área de chegada era outra história. Ônibus lotados e pouquíssimos táxis. Vale a pena agendar um transporte privativo qualquer.

Nota: 8, pelo conjunto prova + cidade. Falta separação por ritmo e uma largada mais cedo, além de uma feira mais interessante com seminário técnico. Para quem quer se aventurar, a próxima edição deve ser no dia 20 de março do ano que vem, mas em 2015 ainda vai rolar um super evento em Lisboa: dia 18 de outubro, Rock’n’Roll Marathon Series, com maratona, meia e mini (6K)!

Partiu? Grande abraço!