Nóias de corredora

Aproveitando que estamos em época de majors, deixo no ar a seguinte pergunta: quais são seus piores medos na vésperas de uma prova importante?

Se eu disser que sou uma corredora relaxada estarei mentindo. Hoje estava lendo uma matéria de uma revista de corrida e me identifiquei com quase todos os itens. Primeiro que eu detesto ansiedade pré prova. Se tem uma coisa que me faz pensar duas vezes antes de me inscrever para qualquer prova é a dor de barriga que sinto antes da largada.

Não importa se são 42, 21 ou até mesmo 3km: a dor de barriga e o sofrimento são iguais e além das angústias do dia da prova, tem ainda aquelas “fritadinhas” nos meses que antecedem a prova:


Será que vou me machucar até lá? Será que estou treinando o suficiente? Será que vou engordar até a prova?Será que vou estar de TPM no dia da prova ou já terei ficado menstruada? (essa eu penso sempre!) Será que estarei muito cansada no grande dia? Será que conseguirei correr tantos kms? Será que conseguirei comer direitinho para não quebrar? Será que vou decepcionar minha família e amigos? Será que vou andar? Será que vou ter que pegar um taxi? Será que vou lembrar de levar o número de peito?

Amigas, eu sei que não existe a fórmula mágica do relaxamento e sei também que conversar com terceiros é muito bom, mas acredito que não profetizar palavras do tipo “nao vou conseguir”, “vou sofrer”, “vou morrer” etc já é um grande caminho! Todas nós temos inseguranças, até a atleta mais profissionais de todas tem as suas e realmente o dia da prova costuma ser um tudo ou nada, principalmente pra quem não consegue correr somente por diversão.

Aprender a mudar o mindset e não se cobrar tanto apesar dos objetivos também pode ajudar a permitir que as coisas fluam melhor. É um exercício diário, mas se você fizer o treino com bons pensamentos, sem reclamar de ter que acordar por exemplo todos os pensamentos começam a ficar mais leve.

Sabem, andei sentindo umas dores esquisitas nas últimas semanas e quando Wanderlei Oliveira( meu técnico), me pedia para descrevê-las eu sequer sabia dizer exatamente onde eram.

Só falava que doía a perna e sentia ela pesada e então comecei a pensar que talvez elas pudessem estar acontecendo como fruto da minha ansiedade e alguns maus pensamentos.

Não sou uma pessoa pura, evoluída e livre de maus pensamentos; às vezes penso besteira mesmo, quem não? Porém acho importante a gente se policiar para não entrar numa eterna fritação – e consequentemente, acabar estragando tudo por nada.

As “nóias” sempre existirão e estarão sempre prontas pra nos engolir, só que entrar ou não nesta pira só depende da gente. Eu não corro para pirar, corro justamente pelo contrário, então por que não guardar esses pensamentos “e se” numa caixa e fazer o que tem que ser feito sem complicar?!

E lembrem-se: que as pessoas que estão ao nosso lado não tem nada a ver com nossas escolhas. Se estamos irritadas, possuídas e cansadas o problema é nosso e não temos o direito de sair fazendo malcriação por aí.

Namastê!