Flavia Del Pra

Depoimento a Vanessa Kopersz Ming

SOU DE JUNDIAÍ, vim para São Paulo em 1994 e logo comecei a correr com o Projeto Mulher, uma assessoria esportiva feminina. Nós nos reuníamos em praças, era sempre um lugar público. Fazíamos um treinamento bem planejado, intercalandocorrida mais ritmada com alguns treinos intervalado

QUANDO MUDEI para Londres, em 2005, participei de várias provas, como a Nike Run. Corria muito em parques, como o Hyde Park, e nas ruas também. O frio não era um empecilho. Ao contrário, eu ficava motivada a me encapotar toda, botar um monte de agasalho e sair correndo para suar.

GOSTO DE SENTIR meu metabolismo acelerando, e às vezes 20 minutos de corrida me bastam. Outras vezes, preciso de uma hora para “baixar a bola”. Também tenho curtido trocar o carro pela corrida. Em alguns dias da semana, levo meu filho de táxi para a escola e volto correndo, já que minha casa, meu ateliê, meu clube e toda a minha vida se concentram na mesma região, em Alto de Pinheiros.

PREFIRO CORRER em parques e lugares ao ar livre, sempre com música. Pode parecer contraditório, mas me sinto bem ouvindo uns sons bem mais calmos, como Ryuichi Sakamoto. Mas, em outros momentos, o treino “casa” com rocks mais pesados estilo vintage, como Journey e com outros sons dos anos 1980. Nunca corro sem música!

CORRER ME AJUDA a criar. Pensamentos, imagens e ideias vêm rapidamente à minha mente e com um ímpeto muito forte. Tenho vontade de começar a criar na hora. Chamo isso de “urgência artesã”. Nos treinos, consigo ventilar as ideias, deixando tudo mais claro e menos apressado.

COMO SOU MUITO agitada e ansiosa, a corrida funciona como uma sessão de terapia. Ali eu medito, resolvo meus problemas. Fiz ioga e pilates, mas essas atividades não me aquietavam. Então um terapeuta me recomendou: corra ou faça boxe. Para mim, dá mais certo. Vinte minutos de corrida acabam com a ansiedade e me trazem foco.

TIVE PROBLEMAS com os joelhos, então comecei a fazer musculação. Treino spinning também. E a minha alimentação ajuda. Minha mãe, Vera, é nutricionista e desde cedo aprendi a priorizar alimentos integrais, orgânicos e com pouco açúcar e gordura.