Todo corredor tem sua estratégia bem particular para comprar seus tênis. Eu, por exemplo, desisti de comprar o modelo mais novo de cada marca: prefiro buscar opções mais baratas. Afinal, no fundo no fundo, você não precisa ter o mais moderno. Na verdade, algumas vezes as companhias lançam um novo modelo e os corredores continuam preferindo o anterior, pelos mais diversos motivos.
Os Estados Unidos sempre foram o lugar preferido para garimpar pechinchas. O mercado americano é tão grande e tão agressivo que é muito fácil encontrar preços bem bacanas, principalmente de modelos anteriores. Para o pequeno lojista, isso acaba sendo um problema, já que ele não consegue escoar suas sobras de estoque com tanta facilidade.
Com a disseminação das compras online nos últimos anos, virou rotina a fuga de corredores às lojas para experimentar o modelo desejado e, depois, buscar qualquer oportunidade melhor de compra na web. Agora ficou ainda mais fácil: o Shoekicker, um site americano de pesquisas que agrega várias redes esportivas, faz isso para você. A mecânica é muito simples, você coloca a marca e ele abre um menu de opções para você escolher o modelo. Depois coloca o tamanho e o gênero e ele faz a pesquisa. Claro que só participa quem é grande. Ao menos por enquanto. Aqui no Brasil, ainda não temos nenhuma ferramenta tão específica.
Os pequenos, é claro, já se manifestaram e está rolando um movimento para que eles também possam ser incluídos na base do site. Claro que isso depende da troca de informações de estoque de forma simultânea, o que é uma grande dor de cabeça para quem já está sofrendo com os novos rumos do mercado. No final, não é muito diferente do que vem acontecendo com pequenas livrarias em todo o mundo. Adaptação é questão de sobrevivência.
Se existe alguma solução? A de sempre: criatividade. Como encantar e fidelizar o cliente na loja se você não tem condições de ter muitas opções – custa caro manter estoque – e se o seu espaço não traz conforto aos compradores? Fica difícil. Talvez a saída esteja no que vários empresários já fazem. Criar, manter e estimular pequenas comunidades de corredores em torno da loja, com competições, grupos de corrida, sorteios, atividades culturais, enfim, tudo para nos lembrar que, na próxima vez que precisarmos atualizar nosso instrumento de “trabalho”, vamos nos sentir mais felizes dando uma passada por lá. Não é moleza, mas é a única solução possível.
E vocês, onde compram, na esquina ou no celular?