#qualéasuadesculpaparamudaromundo

Os jogos terminaram e os super jogos estão aí. E trazem tantas histórias bacanas, com ou sem finais felizes que, para qualquer pessoa com um olhar mais atento, são totalmente capazes de operar grandes mudanças na forma como vemos os esportes e o mundo ao redor. Confesso que ainda estou em choque. O sentimento de nostalgia após o final da Olimpíada foi totalmente transformado pelo sensacional evento que estamos acompanhando. Sem clichês ou qualquer tipo de pieguice, esses atletas são mágicos!

O que dizer de atletas do salto em altura com uma perna só? Ciclistas, no velódromo, também competindo desta maneira? Atletas da bocha, modalidade mais inclusiva de todas, capaz de fomentar verdadeiros milagres motivacionais? Para quem não acompanha o esporte paralímpico, é uma surpresa e tanto ver o potencial desses caras. Absurdo. E uma lição óbvia anti-mimimi. Nas redes sociais, canso de ver reflexões sobre como podemos fazer mais, muito mais, em nosso esporte. Mais pura verdade.

Conviver com esse cenário faz a gente pensar em como somos exclusivos em sociedade. Somos incapazes de, mesmo no nosso local de trabalho diário, sequer lembrar que é importantíssimo dar oportunidades a pessoas com qualquer deficiência. Fazemos escadas por todos os lados, mas raramente nos lembramos de criar rampas ou de priorizar elevadores. Na melhor das hipóteses, nos tocamos para essas necessidades, mas as deixamos de lado por aumentarem o orçamento.

Tudo muda quando temos alguém próximo que sofre com nossas omissões coletivas. Um familiar. Um amigo querido. Pode ser um acidente. Pode ser a genética. Mas, num segundo qualquer, podemos ser arrebatados para um mundo que nós mesmos, normalmente, não fazemos nada para que seja melhor.

No esporte, na corrida, na vida, que todas essas imagens nos renovem. Tornem-nos mais bacanas, mais ligados no próximo. Como corredores, seremos mais plenos. E mais humanos. Hoje, com todo o carinho do mundo, agradeço à família paralímpica por me mostrar claramente que o limite do nosso potencial é, realmente, infinito.

claudioClaudio Pacheco é maluco. Por corridas, coisas e histórias de corredores. Por tudo que lembra remotamente o ato de colocar um pé na frente do outro e ganhar velocidade. Aliás, ser rápido é o desafio. Ele jura que um dia evolui!