Mente sã, corpo são: Anajú Dorigon conta sobre a corrida na sua vida

A atriz Anajú Dorigon mantém a saúde física e mental correndo diariamente.

Créditos: Bruno Marçal

A atriz Anajú Dorigon e a corrida possuem uma relação estreita. Descubra como o esporte entrou na vida dela.

Por Gabriela Malta

Desde a adolescência, a atriz Anajú Dorigon, 23 anos, gostava de caminhar pelas ruas de Valinhos, cidade do interior de São Paulo onde nasceu. Mas foi há um ano que a corrida foi, aos poucos, entrando em sua vida.

“Tenho um osso a mais no pé, e isso me trazia bastante dor, então o médico recomendou que eu praticasse alguma atividade física que não me machucasse tanto, e a caminhada surgiu assim”, diz.

À medida que foi evoluindo na caminhada, passou a querer mais, e a corrida foi uma consequência natural.

“Quando você encontra sua atividade física, e especialmente se ela for a corrida, é libertador. Como se trata de uma atividade solitária, você vai acabar aprendendo sobre si mesmo quer queira, quer não. Conforme eu via que podia ir mais rápido ou correr por mais tempo, percebi que podia aplicar essa superação para todas as áreas da minha vida. A corrida me trouxe essa maneira de ver o mundo. Com dedicação, seja no esporte, seja no trabalho, a gente vai longe”, fala ela.

Corpo e mente saudáveis

A corrida ajudou a atriz a superar momentos difíceis relacionados à saúde. Quando sofreu com a depressão, optou por não tomar nenhum medicamento.

“Foi uma escolha minha. Senti que conseguiria lidar com o problema apenas com o esporte, e a corrida me ajudou muito. Saía todos os dias, suava e me sentia viva. Era minha dose diária de endorfina”, conta.

Além da depressão, Anajú sofre com a hipoglicemia reativa, uma condição que é resultado de um desequilíbrio entre os níveis de glicose e de insulina no sangue. Entre 1h30 e 3h após o consumo de alimentos ricos em carboidratos, há falta de açúcar no sangue.

“Certa vez, tive um colapso e desmaiei na rua, em São Paulo. A sorte é que estava com amigas que me socorreram. Depois do susto, fiz uma bateria de exames e vi que tinha hipoglicemia. Aí comecei a me cuidar ainda mais”, diz. A atriz redobrou os cuidados com a alimentação e passou a levar a corrida ainda mais a sério. “Ela foi crucial para mim nesse momento”, conta.

Hoje ela consome alimentos de baixo índice glicêmico – que liberam energia aos poucos para o corpo, porque por mais paradoxal que pareça, assim como nos casos de diabetes, é preciso restringir a ingestão de açúcar. E virou vegetariana há dois anos.

“Meu treino e minha disposição melhoraram muito desde então, mas alimentação é muito particular. Faz bem para mim, mas pode não ser para todo mundo. Prezo por uma dieta saudável. Minha reposição de proteína vem de suplementação natural: sementes, feijão, lentilha. Às vezes tomo a proteína vegana, mas não sempre, porque tento consumir a maior quantidade de alimentos naturais possível”, fala.

Créditos: Bruno Marçal

Nos treinos, ela corre cerca de 10 km por dia, de 5 a 6 vezes por semana, dependendo do ritmo das gravações. Ela faz parte de um grupo de corrida com apoio da Adidas e tem acompanhamento do treinador Will Vargas, treinador do grupo, e do personal Eduardo Melo, com quem trabalha o fortalecimento muscular.

“Acabei até trazendo o Eduardo para o mundo das corridas. Meu interesse o contagiou, e ele começou a praticar. Em um mês ele já estava correndo 12 km na esteira”, conta.

“Encaro a corrida como uma meditação em movimento. Tenho acompanhamento profissional, mas gosto de correr sozinha. Como na minha profissão estou cercada de gente o tempo todo, lidando com emoções, na hora de correr coloco meu fone, e essa é minha válvula de escape”, diz Anajú.

Testando limites

Em março deste ano, Anajú fez sua estreia em provas, correndo 10 km no Chile. “Não sabia o que era cruzar uma linha de chegada e agora posso dizer que é uma das sensações mais gostosas da vida. Senti que o esforço valeu a pena”, fala. Meses depois, ela correu 12 km na Colômbia.

As provas eram parte da preparação para um grande desafio: correr os 42 km da Maratona de Berlim, em setembro. Mas uma lesão no joelho direito a impediu de participar e a deixou afastada das pistas por dois meses.

“Nos treinos, eu já estava correndo 33 km, mas é difícil saber se conseguiria terminar a maratona”, pondera.

Mas o fascínio pelo mundo da corrida só aumentou. “Não pude correr, mas acompanhei a maratona com os organizadores da prova. Fomos ao Km 7, e via a animação do pessoal, e depois fomos ao Km 40. Deu para ver que quem chegou até ali estava vencendo a distância com a força de mente. Isso me marcou demais. Quero me preparar para completar essa prova um dia.”

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