Caster Semenya apela à decisão que a obriga a baixar níveis de testosterona

Por Hailey Middlebrook, da Runner's World US

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Foto: reprodução Instagram/ @castersemenya800m

Caster Semenya, bicampeã olímpica nos 800 metros do atletismo, entrou com um recurso à Suprema Corte Federal da Suíça na última quarta-feira (29), contestando a decisão do Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) de permitir que a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) regule os níveis de testosterona entre atletas do sexo feminino.

A decisão, anunciada no início de maio, permite que a IAAF imponha restrições a atletas mulheres que sofrem com hiperandrogenismo (ou seja, que produzem naturalmente mais hormônios que o “normal”, acima de 10 nmol / litro de sangue).

Para que as atletas nessas condições continuem competindo nas distâncias de 800 metros ou menos, elas devem baixar seus níveis de testosterona por meio de inibidores sintéticos. Deste modo, a concentração do hormônio no sangue não deve passar de 5 nmol / litro por pelo menos seis meses antes da competição.

Caster Semenya, de 28 anos, possui a condição. Seu caso têm sido analisado há anos pela IAAF, que argumenta que os níveis de testosterona em atletas hiperandrogênicas lhes oferece uma vantagem injusta em corridas de meia distância. Há ainda a ideia de que essa poderia ser a razão pela qual Caster Semenya venceu os dois últimos Jogos Olímpicos.

Caster Semenya apela à decisão do TAS

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Foto: reprodução Instagram/ @castersemenya800m

Para a corredora sul-africana, que resolveu se pronunciar, o regulamento da IAAF é uma violação dos direitos humanos.

“Eu sou uma mulher e atleta de classe mundial. A IAAF não me drogará nem me impedirá de ser quem eu sou”, disse em comunicado entregue à Runner’s World US.

Dorothy Schramm, da Sidley Austin LLP, a equipe jurídica que lidera o apelo de Caster Semenya, também afirmou: “Os regulamentos da IAAF violam os princípios fundamentais da política pública suíça. Na corrida pela justiça, os direitos humanos devem estar de acordo com interesses esportivos ”.

De acordo com o comunicado, Caster Semenya está pedindo ao Supremo Tribunal Federal da Suíça que descarte a decisão do TAS, e que “condene as exigências da IAAF para intervenções desnecessárias e indesejadas de medicamentos hormonais em atletas do sexo feminino, mesmo com a falta de protocolos médicos e com incertezas acerca de suas consequências.”

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Enquanto o processo tramita na justiça, Caster Semenya planeja participar, em junho, de uma corrida de 2.000 metros em Paris, na França. Além disso, também pretende correr os 3.000 metros no Prefontaine Classic, da Universidade de Stanford, no final do mês. Segundo a Sports Illustrated US, a corredora se recusou a tomar medicação para suprimir seus níveis de testosterona. No entanto, essas distâncias não estão incluídas nos regulamentos da IAAF.

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