Cerveja e corrida: a bebida pode ajudar na recuperação?

Fonte: Running Magazine

cerveja e corrida

A ultramaratonista Courtney Dauwalter acabou de fazer história ultra Big Backyard. Ela correu 430 km repetindo um loop de 6,4 km 67 vezes. Como uma das melhores corredoras de montanha e de longas distâncias se recupera? Quando ela venceu o Western Sates, em junho de 2018, foi com uma cerveja. Mas cerveja e corrida combinam?

É relativamente comum entre corredores de trail e ultras a recuperação de uma corrida dura ou de um treino com uma cerveja. Além de gostosa, a bebida ajuda a repor as calorias gastas, contêm minerais, pode reduzir a inflamação e ajuda os atletas a relaxarem dos esforços intensos. Eis por que muitos corredores de endurance consideram a cerveja como parte da recuperação.

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Cerveja e corrida: entenda os benefícios

Calorias e carboidratos

Corredores de endurance têm uma janela de 30 minutos para consumir calorias após um treino duro ou prova.

Embora a cerveja contenha uma proporção maior de carboidratos para proteína do que o ideal (que é 4:1), o teor encontrado na cerveja pode ser nutritivo em caso de consumo moderado.

A cerveja tem uma proporção de 10:1 ou 10:2 de carboidrato para proteína, com as calorias restantes provenientes de lipídios e etanol.

Após um esforço intenso, os atletas preferem calorias líquidas em relação a alimentos sólidos. Como a cerveja tem 92% de água, ela pode ser uma solução simples para repor calorias e carboidratos.

Maltes e minerais

O conteúdo nutricional da cerveja depende dos “tipos de maltes usados, regime de mosturação, grau de fermentação e tempo de maturação”, explica o mestre cervejeiro Andrew Sawyer. A cevada maltada possui vestígios de minerais, como sílica e B6. Além disso, um copo de cerveja contém 92 mg de potássio, 14 mg de cálcio e 48 mg de fósforo.

Polifenóis, antioxidantes e anti-inflamatórios

A cevada maltada também contém pequenas quantidades de polifenóis, que são ricos em antioxidantes e têm sido associados à redução da inflamação. Um estudo de 2016 publicado na revista Oxidative Medicine and Cellular Longevity afirma podem reduzir o estresse oxidativo.  Os níveis de polifenóis encontrados no lúpulo dependem do “tipo de varietal, qualidade do solo e conteúdo genético”, explica Sawyer.  A cerveja contém geralmente 12-14 por cento de polifenóis.

Reduzindo o estresse do treinamento

Cerveja e corrida combinam? Beber sua cerveja nos pós-treino com amigos pode aliviar algumas das tensões do treinamento.  John Kiely, do Instituto de Treinamento e Performance da Universidade de Lancashire, está estudando como o estresse neurobiológico se relaciona com o estresse físico do treinamento intenso. Recuperação significa reduzir o estresse no corpo e na mente. Por isso, pode ser que beber uma cerveja socialmente ajude na recuperação.

Alerta aos navegantes

Mas, não é por que ultramaratonistas bebem depois dos treinos e provas que a cerveja está liberada.

Provavelmente eles não ficam apenas na cervejinha e também moderam na dose.

É praticamente uma unanimidade entre nutricionistas esportivos que o álcool pode atrasar a recuperação muscular.

A melhor pedida seria beber água ou bebida esportiva e fazer um lanche com boa proporção de carboidrato e proteína e, só então, beber a cervejinha.