Começando a correr aos 100 anos de idade

Aos 101, a norte-americana Julia Hawkins quebra recordes em seu primeiro ano no esporte

Julia Hawkins em corrida Track & Field (USATF)

Por Jenny McCoy

Julia Hawkins ainda está se acostumando ao seu novo apelido: “Hurricane” (Furacão). A norte-americana de 101 anos recebeu a alcunha ao impressionar o público pela velocidade com que cruzava as ruas em provas durante verão nos EUA. “Eu gosto do fato de que furacões são rápidos e, portanto, eu sou rápida. Mas furacões causam dano e isto eu não quero causar”, diz.

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Mas ela vem causando dano aos livros de recordes, inclusive mundiais. Nos Jogos Olímpicos Nacionais para o público “Senior”, em junho, ela correu a prova de 100 jardas (cerca de 90 metros) em 39,62 segundos, um recorde mundial em sua categoria. Um mês depois, quebrou o recorde da prova na mesma distância durante o USA Track & Field Masters Outdoor Championship, outra competição de corrida para a melhor idade.

Seu currículo é impressionante para qualquer corredor, especialmente uma centenária. Mas Julia não conta com muitos anos de experiência no esporte. Ela começou a correr no ano passado, quando já tinha atingido a marca de 100 anos de idade. “Eu sabia que eu conseguia correr porque quando estou trabalhando no jardim e o telefone toca dentro de casa, eu corro até ele para atender”, conta.

Segundo Julia, existem alguns fatores essenciais que a ajudaram a começar a correr, mesmo com a idade tão avançada:

Rede de suporte

Julia dá crédito aos seus quatro filhos – com idades entre 64 e 71 – por darem apoio moral incondicional. Além do suporte emocional, ela conta com a ajuda ao lado da pista: “Preciso que alguém me segure na linha de chegada, pois eu fico sem ar e exausta”, diz.

Expectativas realistas

“Nessa idade, você não fica melhor no que faz”, diz Julia. “A cada dia, você fica um pouco pior”. Ela não treina demais para as corridas, porque não quer “desperdiçar” os poucos tiros que ainda lhe restam. Mas mantém-se ocupada, passando boa parte do tempo cuidando do jardim da casa que ela e o falecido marido construíram na década de 1940. “Acabo correndo um pouco todos os dias, mas apenas para seguir em frente”.

Não alongar demais

Julia se prepara para uma corrida simplesmente ficando no mesmo lugar, enquanto levemente se agita para esquentar o corpo. “Seja o que for que eu tenha, eu já tenho, e não preciso me alongar para consegui-lo a esta altura”.

Encontrar um talismã

Logo antes de sua corrida recordista em junho, Julia comeu um biscoito da sorte que profetizou: “Você irá ter um crescimento repentino em sua vida”. Julia pensou: “Bem, estou indo para a corrida… e eu devo ganhar ou ao menos ir bem. Deve ser disso que ele está falando”. A mensagem lhe deu uma confiança a mais e até hoje guarda o papel para boa sorte.

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