Alimentação influencia sintomas da depressão, diz estudo

Por Danielle Zickl, da Runner’s World US

Pesquisa aponta as relações entre depressão e alimentação
Foto: Shutterstock

O que você come é importante não apenas para a sua saúde física, mas também é para a sua saúde mental. É o que diz uma nova pesquisa, da Austrália, que descobriu uma relação direta entre alimentação e depressão. Segundo amostra, o tipo de cardápio que você adota pode ajudar a reduzir os sintomas da doença. 

O estudo, publicado na revista PLOS One, incluiu 101 participantes que apresentavam sintomas de depressão moderados ou altos e que consumiam regularmente carboidratos refinados, açúcar e carnes processadas. Os pesquisadores pediram a todos que preenchessem um relatório que media níveis de sintomas como depressão, ansiedade, memória, motivação e humor. Depois, os voluntários foram divididos em dois grupos: um que mudaria sua dieta e outro que não. 

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Os participantes que mudaram suas dietas foram instruídos a seguir a alimentação mediterrânea por três semanas. Este tipo de cardápio inclui frutas, legumes, grãos integrais, carne magra, peixe, nozes, sementes, azeite de oliva e especiarias como canela e açafrão.

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Alimentação e depressão, qual a relação?

Após três meses, os pesquisadores descobriram que aqueles que mudaram suas dietas e passaram a comer mais frutas, legumes, grãos integrais e carne magra relataram sentir-se menos deprimidos, ansiosos, zangados, cansados ​​e tensos depois da mudança.

Além disso, 21% dos que mudaram a alimentação disseram que mantiveram os hábitos saudáveis após a experiência. E quase 58% mantiveram pelo menos parte da dieta. Já o grupo que não mudou a alimentação não viu diferença nos sintomas de depressão e ansiedade.

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“A depressão é uma desordem do corpo inteiro, não apenas do cérebro”, disse Heather Francis à Runner’s World US, principal autora do estudo e professora do departamento de psicologia da Universidade Macquarie em Sydney, na Austrália. 

Segundo Francis, a depressão está associada a uma resposta inflamatória crônica do organismo. E, agora, os pesquisadores sabem que uma dieta pobre também pode aumentar a inflamação sistêmica do corpo. “Isso pode ser provado por duas razões”, disse ela. “Primeiro, alimentos altamente processados ​​- doces, fast food e bebidas açucaradas – aumentam a inflamação. Segundo, se não consumirmos alimentos ricos em nutrientes – frutas, legumes, grãos integrais e peixes -, isso pode levar a insuficiências de nutrientes e fibras, o que também aumenta a inflamação.”

Mais nutrientes e menos processados

Pesquisas anteriores já mostraram uma associação entre depressão e alimentação. Mas este foi um dos primeiros a identificar a causa e efeito, em vez de fazer apenas um link ou uma correlação.

Os participantes deste estudo não restringiram a ingestão de calorias ou a quantidade de alimentos ingeridos. “Simplesmente reduziram os alimentos processados ​​e aumentaram a ingestão de frutas, vegetais e peixes. Desse modo, conseguiram ver melhorias nos sintomas de depressão”, disse Heather.

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No entanto, é importante observar que todos são diferentes. Portanto, embora valha a pena ver se uma mudança na dieta pode melhorar seus sintomas de depressão, procurar ajuda profissional pode ser crucial para sua saúde mental e física.