Efeito sanfona contribui para a perda muscular, diz estudo

Por Elisabeth Millard, da Runner’s World UK

Efeito sanfona prejudica a massa muscular, aponta estudo
Foto: Shutterstock

A partir dos 30 anos, seu corpo naturalmente começa a perder massa e função muscular – um processo chamado sarcopenia. E o quadro piora para os sedentários. Esse grupo pode perder de 3% a 5% de massa magra a cada década. Mas o efeito sanfona pode acelerar esse processo. 

Recentemente, os surtos de perda e ganho de peso foram destacados como prejudiciais à saúde cardiovascular. Agora, estudiosos italianos acreditam que também podem afetar seus músculos. 

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Em um novo artigo publicado na revista Obesity, pesquisadores analisaram 60 homens e 147 mulheres, todos classificados como obesos. A média do índice de massa corporal (IMC) do grupo era de 38, enquanto a da idade, 52. Eles foram divididos em três categorias: os que nunca tiveram grandes mudanças no peso, os que tiveram mudanças leves e, por fim, os que sofriam com o efeito sanfona (e passaram por pelo menos 5 grandes transformações ao longo da vida). 

As mudanças no peso dos participantes foram classificadas como perdas voluntárias – o que significa que foram feitas de propósito por eles – de mais de 3 kg. Seguido pelo ganho involuntário desses quilos em menos de um ano.  

As forças musculares de todos foram avaliadas com exercícios com hand grip (que usa a força de pulso). E com o DEXA – um scanner que mede a densidade mineral óssea do corpo, bem como as porcentagens de massa magra e gorda.

O efeito sanfona afeta os músculos? Resultados

Por meio do scanner, concluiu-se que as pessoas que passaram pelo efeito sanfona tinham quase quatro vezes mais chances de ter pouca massa muscular em comparação com os outros dois grupos. E o risco era seis vezes mais, quando considera a força de preensão manual.

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Mas por que o efeito sanfona pode ser prejudicial aos músculos? “É provável que o problema esteja na forma como o corpo recupera todo o peso que perdeu”, diz o principal autor do estudo Andrea Rossi, da Universidade de Verona, na Itália.

Quando você recupera os quilos logo depois de eliminá-los, provavelmente está ganhando mais gordura do que tinha originalmente. Isso é problemático para as pessoas que perdem músculos quando perdem peso. A situação pode acontecer com dietas radicais, por exemplo, quando há uma restrição calórica significativa. Recuperar o que foi embora não significa que o músculo volte – longe disso. Você ainda tem a massa muscular mais baixa, mas está ganhando gordura.

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Uma maior porcentagem de gordura no corpo evita que os aminoácidos funcionem de maneira eficiente dentro do músculo e também pode reduzir a síntese de proteínas. Desse modo, os músculos não recebem energia suficiente para se manter ou crescer, e o resultado é a sarcopenia. 

“O efeito sanfona está associado a um aumento na massa gorda. E, por isso, tem consequências desfavoráveis à saúde do coração”, disse Rossi. “Mas a principal mensagem da pesquisa é que também é um risco de perda de massa muscular, com consequências importantes no seu nível de autonomia”.

E ele diz mais: o efeito sanfona coloca as pessoas em risco de desenvolver a chamada obesidade sarcopênica, que é caracterizada pela baixa massa muscular e aumento da gordura. 

Quais são as soluções?

Mais estudos são necessários para determinar se os problemas associados com o efeito sanfona podem ser melhorados por treinos de força, acrescentou o coautor do estudo Mauro Zamboni, professor da Universidade de Verona.

No entanto, observou ele, uma vez que as pesquisas indicaram que a quantidade de mudanças no peso determinou a perda de força e massa musculares – quanto mais você emagrece e engorda, pior o efeito – é provável que adotar um cronograma de exercícios seja benéfico não apenas para construir músculos, mas também para retardar o efeito sanfona.

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“É razoável concluir que, após a mudança na balança, adotar hábitos de vida saudáveis ​​que combinem dieta com atividade física pode trazer benefícios a longo prazo”, disse Zamboni.

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