Enfim, Berlim

Diretora de conteúdo da RW Brasil conta a emoção de chegar a Berlim

Quando parte da jornada se encerra, no portão de Brandenburgo. Foto: Arquivo pessoal

Por Andrea Estevam, em busca do seu RP com a Adidas Brasil

E assim, depois de todos esses altos e baixos que vocês acompanharam neste blog nos últimos meses, cá estou em Berlim.

Andrea Estevam se preparou para bater o seu recorde pessoal na Maratona de Berlim

Cheguei aqui na 5a feira à tarde, faltando menos de três dias pra largada. A contratura da coxa (que deu uma “espalhada” pro adutor/virilha) está melhor – acho que depois de atrapalhar muito os treinos vai atrapalhar pouco na prova. Não consegui emagrecer os dois quilos que queria, talvez pela própria “quebrada” nos treinos devido à lesão, mas chego aqui meio quilinho mais leve. Estou cuidando da hidratação e da alimentação, e hoje, véspera da prova, passei parte da tarde no hotel, tentando descansar e relaxar. E escrever este post pro blog.

Em busca do meu Recorde Pessoal na Maratona de Berlim

Aliás, estou aqui no quarto, com pernocas levemente elevadas sobre um travesseiro e duas garrafas (uma de água, uma de isotônico) ao meu lado. A reserva para o jantar no restaurante italiano do outro lado da rua está feita. Os equipamentos estão todos preparados, ali em cima da mesinha: uma legging lindona, uma camiseta da Adidas Runners com meu nome nas costas, numeral, boné, óculos escuro, meia de compressão, um par de Adidas Ultraboost X Parley, pomada para besuntar pés e virilha, seis géis, duas cápsulas de sal e um flipbelt pra carregar o que for preciso.

Tudo preparado para o grande momento. Foto: arquivo pessoal

Mas o que acho mais fascinante de uma maratona é que amanhã, apesar de todas as planilhas e planos, haverá outro elemento em cena: o imponderável. Se farei uma boa prova depende em grande parte, é claro, da minha preparação e mérito, mas há também algo a mais que torna tudo ainda mais incrível. Meu corpo e minha mente podem funcionar super bem (ou não). O clima pode ajudar (ou não). Posso me sentir tomada pela alegria de correr e pela força de todos que torcem por mim, ou posso mergulhar em cantos escuros de dor e dúvida (o mais provável é que eu transite por todos esses reinos ao longo dos 42 quilômetros de Berlim). Se até ontem eu estava nervosa, hoje já me sinto curiosa com o que as ruas dessa cidade linda me reservam. A única certeza é que eu serei outra pessoa ao finalmente cruzar o portão de Brandenburgo, na chegada.

Meu numeral de peito é 54849. Torçam por mim! E que os anjos acompanhem todos os mais de 44 mil corredores que decidiram concretizar esse sonho.