O Mundial de atletismo ensina: cuidar da técnica é um processo constante

Assim como se treina volume de corrida, deve-se treinar técnica.

Foto: kennysarmy \ Flickr

O recém terminado Mundial de Atletismo marcou a despedida de Bolt, o Deus das pistas, infelizmente lesionado na sua última aparição.

Mas pra quem gosta de esportes, assistir a um mundial é uma aula de movimento e qualidade técnica. Entretanto, isso não é tão verdadeiro para as provas de corrida de fundo.

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Nas provas acima dos 5km, a qualidade dos movimentos dos atletas piora muito. Os principais erros observados são oscilações de tronco em todas as direções e é muito comum que os joelhos virem para dentro.

Isto acontece principalmente por duas razões, acredito. A primeira é a menor necessidade. Numa final dos 100m, a diferença entre os competidores está na fração de segundos. Desperdiçar energia, mesmo que minimamente, pode ser fatal. Nos esportes de saltos e lançamentos, idem. Nas provas de fundo, pulmão, coração, capacidade aeróbica dos músculos e cabeça contam mais.

A outra razão é o fato de, nas provas longas, o tempo competindo e treinando em fadiga é grande. E isto atrapalha bastante o controle postural.

Mas isso não é desculpa. Se Mo Farah da show nas pistas, imagine com a técnica impecável como a de um velocista?!

Os erros de mecânica não só atrapalham o desempenho como predispõem a lesões. Portanto, há que se cuidar da qualidade dos movimentos. E isso é um processo contínuo. Assim como se treina volume de corrida, deve-se treinar técnica.

Não descuide da sua.

Foto: arquivo pessoal.

Cássio Siqueira é supervisor de fisioterapia do esporte do curso de fisioterapia da USP e fisioterapeuta da Care Club, onde trabalha com reeducação funcional de corredores. É formado em fisioterapia na USP, com especialização em fisioterapia no esporte e fisioterapia em neurologia, mestre e doutorando em ciências da reabilitação também pela USP.

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