Paciente com câncer terminal participa de ultra de 225 km

Vou continuar correndo até que os médicos me digam que eu não posso mais!

Créditos: Reprodução/Twitter

Mark Thornberry foi diagnosticado com câncer termina em 2017, com previsão de vida até março de 2018. Mas em agosto, participou de ultra de 225 km

Em junho de 2017, Mark Thornberry, um paciente com câncer de fígado terminal, recebeu so médico a previsão de que viveria até março de 2018.

Entretanto, ele passa bem e acabou de participar de uma corrida de cerca de 225 km, de acordo com publicação do site Indy 100.

Ele não conseguiu completar a prova, mas correu cerca de 180 km da Coast2Coast Ultra, na Inglaterra, no dia 25 de agosto.

O objetivo de Mark com a prova era levantar fundos para financiar pesquisas sobre a detecção precoce do câncer.

O que pode ajudar outras pessoas na mesma condição.Apenas alguns meses após seu diagnóstico, Mark usou suas redes sociais para anunciar suas intenções de correr a ultramaratona no Reino Unido.

Ele já conseguiu arrecadar mais de 80 mil libras para o Fundo de Caridade do King’s College Hospital. Confira a seguir o relato do próprio Mark sobre a sua jornada desafiadora:

“Todos têm algumas datas importantes que ficam na mente, onde podem lembrar exatamente onde estavam e o que estavam fazendo.

Geralmente, são nascimentos, casamentos e, talvez, um evento mundial importante ou uma ocasião esportiva de primeira viagem.

Mas, para mim, é o dia 26 de junho de 2017. O dia em que me disseram que minha intervenção inicial havia falhado e que meu câncer de fígado era agora terminal.

O que me motiva a correr

Eu tinha de seis a nove meses para viver. Antes do meu diagnóstico, eu virei um corredor de resistência. Ao longo de cinco anos, enfrentei desafios cada vez maiores.

E, aos 57 anos, fiquei orgulhoso de poder dizer que completei um bom número de corridas de 160 km. Então, ao contemplar meu novo prognóstico, tive certeza de uma coisa.

Eu queria encontrar um foco que me mantivesse fora dos “quartos escuros” da minha mente, que acabam com a vontade de viver e sua capacidade de lutar.

Assim, eu encontrei esse foco em casar minha paixão por correr longas distâncias com a arrecadação de fundos para o Fundo de Caridade do King’s College Hospital.

Eu sou paciente de lá há treze anos. Tinha sido diagnosticado em 2005 com cirrose, como resultado da Hepatite C.

E minhas chances de desenvolver carcinoma hepatocelular (câncer primário de fígado) eram em torno de 1 em 50.

O câncer de fígado é conhecido como um câncer “órfão”, devido à sua correlação com a doença do fígado.

Francamente, tenho a impressão de que é um problema muito difícil de “resolver”. As empresas farmacêuticas têm outras prioridades.

E, mais grosseiramente, maiores mercados-alvo para perseguir.Por isso, eu fui às redes sociais com o meu diagnóstico de câncer em agosto de 2017.

Pedi então que as pessoas que pudessem me ajudassem a atingir uma meta de angariação de fundos de 5 mil libras (mais de R$ 26 mil).

E talvez participar comigo da corrida. Em pouco menos de um ano, o apoio que recebi ajudou a conseguir o total de mais de 82 mil libras (mais de R$ 430 mil).

E tudo o que tive que fazer em troca era amarrar meus tênis e correr. Com cinco internações hospitalares e um processo de recuperação exigido depois de cada procedimento, minha programação de treinamento é um pouco aleatória.

Mas consegui completar diversos desafios. Dentre eles estão: o Grand Union Canal Race, de 233 km; uma corrida a pé contínua de Birmingham até a estação de Paddington, em Londres; e uma corrida de 160 km no deserto de Arizona.

Superando a doença

E eu vou continuar correndo até que os médicos me digam que eu não posso mais. E mesmo assim, é melhor ter uma boa razão!

Meu câncer me tornou um corredor menos “eficiente”. Isso porque meu processamento de nutrientes é mais problemático.

Assim como o armazenamento de glicogênio – os “fatores essenciais” para a corrida de resistência.

Então fico cansado mais rápido. No entanto, ainda estou no jogo. Estou mais em forma do que nunca, o que me permitiu tolerar os vários tratamentos realizados até hoje.

E esse prognóstico de “seis a nove meses para viver” já está em 14 meses.Estou frustrado por não poder ser curado.

Mas sei que cada centavo que conseguir arrecadar ajudará os médicos a entender melhor a progressão do câncer de fígado. E assim, permitir que eles tratem pessoas como eu no futuro.”

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