Uma analogia bastante interessante para compreender o movimento das passadas e melhorar a eficiência da corrida é pensar nos pés como se fossem pneus. Aliás, cada pé é um ponto de um pneu.
Pense num pneu de uma bicicleta girando enquanto a bike se desloca para frente. Agora pegue um ponto qualquer deste pneu e acompanhe o movimento dele ao longo do giro da roda.
Como é este movimento?
- Este ponto sempre tocará o chão embaixo do eixo da roda, nunca à frente, nunca atrás.
- Este ponto não bate no chão, só passa por ele.
- E passa pelo chão empurrando-o para trás.
- Ele não fará pausa alguma no chão.
- Assim que este ponto sai do chão, outro ponto já tomou seu lugar.
Assim deve ser o movimento dos pés na corrida. Eles devem tocar o chão embaixo de você, sem bater no chão e sem fazer nenhuma pausa, apenas empurrar o chão para trás de forma contínua. E, assim que um pé sair do chão, o outro deverá tomar seu lugar o mais rápido possível, ou seja, deve-se ter alta frequência de passadas (leia a série Cadência de Corrida).
Os erros comuns de técnica de corrida vêm das falhas nestes aspectos listados acima. Tocar o pé à frente do corpo, bater o pé no chão, fazer um tempo de apoio prolongado e com baixa frequência de passadas.
Pensar nos pés como pneus que giram de forma constante embaixo de você tende a ajudar a manter um bom padrão de corrida. Experimente!
Cássio Siqueira é supervisor de fisioterapia do esporte do curso de fisioterapia da USP e fisioterapeuta da Care Club, onde trabalha com reeducação funcional de corredores. É formado em fisioterapia na USP, com especialização em fisioterapia no esporte e fisioterapia em neurologia, mestre e doutorando em ciências da reabilitação também pela USP.