Quênia pode ficar de fora da próxima Olimpíada

Comitê Olímpico Internacional está preocupado com a interferência do governo local

Por Thuany Coelho – Redação

O Comitê Olímpico Internacional (COI) pode aplicar sanções ao Quênia depois que o governo do país africano dissolveu o comitê olímpico local. Segundo a agência de notícias Associated Press, a entidade está preocupada com a situação queniana, já que três membros (do comitê?) foram presos – e liberados depois de pagamento de fiança – por problemas nos Jogos do Rio.

“O COI está aguardando que me coloquem na prisão e, quando isso acontecer, o Quênia será banido. Não participaremos da próxima Olimpíada”, disse Kipchoge Keino, presidente do Comitê Olímpico do Quênia (Nock) e bicampeão olímpico.

Esquema de doping e desvios de verba e material esportivo são alguns dos escândalos relacionados a Nock na preparação para os Jogos. Na quarta-feira (24), por exemplo, os atletas quenianos precisaram sair da Vila Olímpica, já que era o prazo final para ficar no alojamento e o voo da delegação aconteceria somente na quinta-feira. Por falhas na organização, todos foram parar em uma favela. De acordo com o maratonista Wesley Korir, era possível ouvir tiros durante a madrugada.

O COI afirmou que “não vai aceitar nenhuma ação ou interferência de autoridades governamentais que vão contra os princípios básicos e regras da Carta Olímpica”. Segundo o comitê, “se a situação não for retificada, o COI pode ser forçado a considerar medidas preventivas presentes na Carta Olímpica”. É possível, portanto, que o COI suspenda o país por interferência governamental, assim como fez com o Kuwait. No Rio, os atletas da nação asiática tiveram que competir sob a bandeira olímpica.

Na Rio-2016, o Quênia conquistou treze medalhas – seis de ouro, seis de prata e uma de bronze -, todas no atletismo.