Treinando no frio para a Maratona de Berlim: tudo passa

Acompanhe a saga da nossa diretora na preparação para a prova

Créditos: izf/shutterstock

Acompanhe a corredora e diretora de conteúdo da editora Rocky Mountain, Andrea Estevam, treinando no frio durante preparação para a Maratona de Berlim 

A diretora de conteúdo da Editora Rocky Mountain, produtora da revista Runner’s, Andrea Estevam, compartilha como vai tentar bater seu recorde pessoal na Maratona de Berlim.

Acompanhe tudo pelo site e por nossas redes sociais. O primeiro post você pode ver por esse link.

Tudo muda o tempo todo

Por Andrea Estevam, em busca do seu RP com a Adidas Brasil

Sexta à noite, 22h30, 12o C

Separo, já sofrendo antecipadamente com o frio, as roupas que usarei no longo do dia seguinte. Legging, camisa de manga longa, colete, corta-vento, buff. Geis, relógio, tênis, meia. Além disso, roupa seca para depois.

Mas aí passo vários minutos me debatendo (libriana!) com a hora que devo programar o despertador. A previsão de tempo diz que às 7h os termômetros marcarão frígidos 10o C.

Então decido acordar começar a correr apenas às 8h (previsão: 14o C). Deito na cama e fecho os olhos com um suspiro.

Sábado, 10 min antes do despertador tocar

A vozinha da Malu me chama pela babá eletrônica: Mamãe, fiz xixi! Vem trocar minha fralda?. Cambaleio até o quarto dela, sonolenta, e desperto com o sorriso da minha pequena.

Troco a fralda e voltamos nós duas para a cama do papai e da mamãe. Meu marido olha pra mim e pergunta: Vai deixar isso aqui por uma corrida?. Sorrio e balanço a cabeça. Não, vou ficar aqui mais um pouquinho.

15 min depois de começar o treino 

“Ritmo leve!, instruiu o comandante Cesar. Da chuva dos últimos dias só restou o ar úmido, fresco, macio. O sol, que andava tão apagado sobre as nuvens, agora se infiltra entre cada espaço nas árvores, cada brecha, cada humor.

Tem tanta coisa ao meu redor: a manhã linda, a temperatura perfeita, a companhia de corredores anônimos e desconhecidos que são também meus cúmplices. E dentro de mim tem ainda mais.

Aquelas 2h15 de corrida serão provavelmente o único momento exclusivamente meu no fim de semana, e abraço elas com alegria e amor. Como é bom estar ali. Como é bom ter saúde e vontade de fazer isso.

Sentir o corpo vivo, se movendo, vibrando em energia e endorfina. Como é bom correr! Poderia fazer isso pra sempre.

Algum momento depois da marca dos 20 km

Tô cansada, tá chato, já deu. Mas ainda falta, tenho que continuar, olha aquele moço como corre leve e eu aqui nesse arrasta-pé. Tô cansada, falta muito? Tô cansada, falta muito? Vou tomar mais um gel, vai que melhoro. Tô cansada, falta muito? Acabooooooou!!!

Sábado, 10h30

Oi meu amor. Tô voltando pra casa.

 

PS: dedico este texto à minha amiga-irmã Fernanda Maciel (@fernandamaciel_oficial), corredora de ultras de montanha, que hoje mora na Europa e compete na elite mundial.

Sempre lembro dela me dizendo que tudo passa. Se estiver se sentindo mal, calma que passa. Se estiver se sentindo bem, aproveita que passa também!. 

É a tal da impermanência de que os budistas falam – e que a corrida nos mostra na prática, de forma tão natural e crua.

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