O que você espera da corrida?

Evolução é um caminho único para cada um

Uma das coisas que mais gosto durante meus treinos é observar os outros corredores. O tempo passa mais rápido, de forma divertida e, com as teorias que vou criando em meio ao exercício, consigo ter um panorama cada vez mais realista de quem pratica o nosso esporte. É super interessante perceber como as coisas mudam com o tempo e constatar que, ao menos na cidade grande, o tempo do amadorismo já acabou. Hoje em dia, 99% dos atletas utiliza um tênis apropriado, roupas leves – próprias para a corrida – e, principalmente, algo no pulso para controlar o tempo e o ritmo.

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Com tanta informação por aí, isso era mesmo inevitável. Dessa forma, em teoria, diminui-se o risco de lesões e a galera não abandona a corrida precocemente. Mas aí vem o alerta: digo em teoria porque nem todo mundo tem o bom senso de se informar com cuidado. O perigo mora sempre nos detalhes e é neles que os iniciantes devem focar. Sem pressa, uma coisa de cada vez, até terem certeza que estão fazendo tudo certinho.

Esse caminho passa pela informação e pelo auxílio de profissionais de saúde e do esporte, mas cada um tem que saber que é um caso único. Ninguém é igual a ninguém. Se a sua amiga comprou aquele tênis ma-ra-vi-lho-so e está a-man-do, isso não quer dizer que ele é adequado para você. Da mesma forma, carga de treino, ritmo, frequência, metas, tudo vai funcionar de acordo com as suas características individuais.

Não adianta você pegar alguém como referência. Faça o seu caminho e crie sua própria história. Acha que isso só vale para quem é iniciante? Negativo. É muito comum, mesmo entre corredores experientes,  o desejo de emular a performance de algum amigo ou colega de equipe. Muitas vezes, o preço é alto e vem sob a forma de lesões, desânimo e frustração. Converse com seu técnico ou com aquele amigo experiente que lhe orienta e seja realista. Entenda de uma vez por todas o que te faz sair de casa e só então defina as suas metas. Mas saiba que quanto mais ousadas, maior o risco.  Não caia na pilha dos outros, pois só você sabe o que funciona.

Ter cautela é a única dica absolutamente universal que eu dou para quem me procura querendo iniciar ou evoluir. Neste ano de 2016, em que estou lutando há 7 meses com uma lesão bastante complicada de tratar, aprendi que o cuidado com a saúde física e mental deve ser a prioridade máxima, acima de qualquer outra. Entre menos e mais, prefiro a constância. Tenha calma. Afinal, você não se torna um ser humano melhor se bater este ou aquele recorde pessoal. Mas se a corrida fizer parte da sua rotina até a velhice, sua qualidade de vida vai ser infinitamente melhor.

claudioClaudio Pacheco é maluco. Por corridas, coisas e histórias de corredores. Por tudo que lembra remotamente o ato de colocar um pé na frente do outro e ganhar velocidade. Aliás, ser rápido é o desafio. Ele jura que um dia evolui!