Siga o fluxo!

Na minha primeira coluna, já dei a dica: este ano começou tenso. A sinusite foi embora mas a lesão na cervical é teimosa. A gente faz o que dá e, o que não der, tem que ter cabeça para aceitar as limitações. Mas tem que correr (opa!) atrás. Avaliação fisioterápica casca grossa e já tenho uma receita para a academia: desencurtar a cadeia posterior. O professor Renato Massaferri, que sabe tudo de preparação física, agora vai ter que pegar leve. O lema do momento é a festa do estica e puxa! Peso, nem pensar.

Correr é um privilégio. Você faz porque pode, quando pode. Não dá para achar que tudo vai sempre dar certo. Somos uma seita, uma força do bem, uma avalanche de endorfina. Mas tudo com limite. Aprendemos desde cedo, quando começa com o “trota e anda”. Mesmo as gazelas sabem disso. Se a corda estica demais, já era. E não tem rede de proteção para amparar a queda.

Mês que vem tem prova. 10K no Endurance Challenge que já vi que serão mais de 11. Visconde de Mauá é uma delícia e vou fazer de tudo para largar, ainda mais que será a minha primeira prova individual em trilha. Se, até lá, meu corpo disser não, vou dar força para os amigos e respirar o clima da competição que, tenho certeza, será fantástica.

O lance é viver no fluxo e não tentar ir contra. Aceitar o caminho da não resistência, sempre com gratidão. Como a Água que, para os chineses, é o elemento mais poderoso. Pode destruir uma rocha e arrastar tudo o que está a sua frente. Tudo a seu tempo.