Sem estrelas, Mundial de Doha não promete recordes

Por Amanda Panteri, da Runner’s World Brasil

Mundial de Doha não promete grandes recordes mundiais
Foto: Reprodução Instagram / @iaaf_athletics

O Mundial de Doha está próximo de começar. Entre os dias 27 de setembro e 6 de outubro, os fãs de atletismo acompanharão o segundo campeonato mais importante para a modalidade depois dos Jogos Olímpicos. O evento se repete a cada dois anos no Estádio Internacional Khalifa, localizado na capital do Catar. Ao todo, serão distribuídas 192 medalhas nas 49 finais. Além de US$ 7,5 milhões (R$ 29 milhões) em prêmios, sendo US$ 100 mil (R$ 407 mil) reservados para cada atleta que bater um recorde mundial. 

Confira a lista dos brasileiros convocados para o Mundial de Atletismo

Mundial de Doha sem grandes promessas

Nelson Evêncio, diretor técnico da Nelson Evêncio Assessoria Esportiva, fez um resumo de suas previsões para a edição que acontece este ano. Segundo ele, o Mundial de Doha estará desfalcado, sem nomes como a lenda Usain Bolt, recordista mundial nos 100 metros e atualmente aposentado. Ou então Wayde Van Niekerk, o sul-africano que detém o atual recorde mundial nos 400 metros rasos e trata uma lesão. 

“Mo Farah provavelmente também não comparecerá ao evento. Isso porque vai disputar a Maratona de Chicago, prova que acontece em 11 de outubro”, disse à Runner’s World BR. Devido a isso, Nelson afirma que não são esperados grandes recordes mundiais. Principalmente nas provas mais longas. “O Catar é um lugar muito quente e bem ruim para correr. Pode ser que algum atleta surpreenda, mas nas categorias de velocidade.”

E apesar das competições mais longas estarem sem algumas estrelas, o treinador acredita que nomes não tão conhecidos podem surpreender. “É uma boa oportunidade para os mais novos se destacarem, como o americano Noah Lyles, dos 200 metros.”

Finalista do Mundial de Atletismo é encontrada morta

Brasil no Mundial de Doha

O país tem, este ano, 43 atletas convocados. Eles desembarcaram no Catar domingo (22) e estão treinando desde então para se acostumar com as condições climáticas da região. A delegação, segundo Nelson, não está com um número muito expressivo (houve anos de maior participação, ele afirma), e tem poucas chances de voltar com medalhas para casa. “O Brasil vive uma crise no esporte — sem variedades de clubes e com muitos atletas sem patrocínio.”

Contudo, há exceções. “Acho que iremos para algumas finais. Como no revezamento 4×100 metros tanto masculino quanto feminino. E no arremesso de peso masculino, Darlan Romani é um nome forte. Ele ganhou ouro no Pan de Lima e atualmente é o segundo colocado no ranking mundial”, ele afirma. Nos 100 e 200 metros, André Camilo, que levou uma medalha de prata no Pan-Americano de Lima, tem grandes chances de ir para a final. Mas o pódio, defende Nelson, tende a ser dos jamaicanos. 

Alimentação pode ter influência nas lesões sofridas nos esportes?

No salto triplo, Almir dos Santos promete um lugar na final. Assim como os meninos do salto com vara e os atletas da marcha atlética (20 km) das categorias feminina e masculina. 

Mas se não os brasileiros, quem estará no pódio?

Para o treinador, os mesmos países de sempre. “Estados Unidos, Jamaica, entre outros. Este ano teremos um recorde de africanos naturalizados em outras nacionalidades. Os EUA, por exemplo, tem mais africanos naturalizados nos 5 e 10K do que propriamente americanos.”