#365para42: Cacá Filippini dividirá sua trajetória rumo à maratona

Por Cacá Filippini

#365para42
Foto: Cacá Filippini

#365para42: confira a nova coluna de Cacá Filippini (@cacafilippini) para a RW Brasil. Aqui, ela irá dividir com a gente a experiência de se preparar para a sua primeira maratona:

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42km195m correndo, vencendo limites, confrontando monstros que habitam em nossas mentes, ouvindo a euforia daqueles que torcem ao longo do percurso, sentindo o coração sair pela boca, perdendo o controle das pernas que parecem já estar no automático, ajustando cada passo, mantendo conversas internas, dizendo a si, que é possível, procurando relaxar os ombros que já estão pesando 100kg cada, reduzindo o ritmo sem perceber, buscando fôlego, razões para estar ali, imagens que te motivem, reencontrando o ritmo, reorganizando o corpo, buscando informações que te ajudem a completar mais um quilômetro.

Quero parar, mas não vou desistir. Quero manter o pace, mas já não controlo mais minhas pernas. Parece-me faltar força. Não tenho mais fôlego. O que estou fazendo aqui?

Milhares de pessoas vêm comigo rumo à mesma direção. Cada um com sua estória, sua meta e seu objetivo. As dificuldades são muitos e são para todos. Não estamos sozinhos. 

E a torcida? Ah, outras milhares de pessoas gritam palavras de incentivo. Palmas, buzinas, é uma verdadeira festa. O ânimo volta, parece que tudo está sob controle novamente. Choramos de felicidade. Já imaginamos a medalha no peito, o abraço de quem nos espera na chegada e o sentimento de realização camufla todas as dificuldades que estamos experimentando naquelas horas incessantes de corrida.

É exatamente assim que me vejo em novembro de 2020, na cidade de Nova Iorque, correndo a 50ª NY Marathon — minha 1ª maratona da vida!

#365para42: história

Meu nome é Cacá Filippini, já entrei na casa dos 40 anos, sou mulher, mãe de 2 filhos, esposa, filha, profissional da comunicação, dona de casa e futura maratonista.

Desde 2004 tenho uma relação de vai e vem com a corrida, devido lesões, questões da vida ligadas à maternidade, mudanças de rotina e escolhas que fiz ao longo dos últimos anos. De 2014 para cá, nossa relação se estreitou e caminhou bem até meados de 2017 quando tive mais uma lesão significativa no joelho direito. Estacionei, desanimei, chorei, briguei com médicos e me acomodei ao diagnóstico: “Você não pode mais correr!”

Participei timidamente de algumas provas de rua desde que acreditei no “Não!”. E não consegui desistir do bem-estar que sentia após cada prova concluída. Até que em setembro de 2019, viajei com meu companheiro, que é maratonista, para vê-lo fazer a Maratona de Berlim.

Ponto de virada

Me arrepio ainda ao lembrar das pessoas percorrendo Berlim, um dia antes da prova oficial, no chamado #BreakfastRun (corrida de 5k aberta ao público em geral). A festa era tão grande. Era tanta gente. Tantas Bandeiras. Tanta cultura misturada. Tanta estória… Que ali, decidi viver isso também. Terminei o percurso dentro do Estádio Olímpico de Berlim, e com lágrimas nos olhos e muito emocionada, dei a volta olímpica me comprometendo comigo mesma, a não desistir do que me faz feliz.

No dia seguinte, correndo por metrôs e largos quarteirões debaixo da chuva, lá estava eu, acompanhando meu maratonista preferido fazer 7, 14, 21, 35 e finalmente, os 42k195m em seu melhor tempo. E foi ali, que tive a certeza do que queria e do que me desafiei a fazer.

Mas vocês leitores, muitos já corredores, sabem que não é fácil. Há todo um preparo. E principalmente, uma disciplina a qual nos submetemos ao longo do período de preparação. Por isso estou aqui, para compartilhar semanalmente dicas, treinos, estudos, experiências que comecei a viver em novembro de 2019, rumo a 1º de novembro de 2020.

Serão 365 dias para 42km, ou melhor, #365para42